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Mortalidade Materna: Mulheres Negras São as Mais Afetadas, Diz Levantamento do Ministério da Saúde

A disparidade entre a mortalidade materna de mulheres negras e brancas volta a chamar a atenção com dados preliminares referentes a 2022, que indicam uma diferença significativa. Segundo levantamento do Ministério da Saúde, enquanto o número de mortes maternas está em aproximadamente 46,5 para cada 100 mil nascidos vivos para mulheres brancas, no caso das mulheres negras, esse número é mais do que o dobro: 100,4 óbitos para cada 100 mil nascidos vivos. No caso das mulheres pardas, a incidência é de 50,4 óbitos.

A Pesquisa Nascer no Brasil II: Inquérito Nacional sobre Aborto, Parto e Nascimento, em parceria com a Fiocruz, revela esse cenário aprofundado sobre nascimento e gestação e evidencia a necessidade de políticas públicas para reverter esse quadro. No entanto, é importante ressaltar que a diferença na mortalidade materna entre mulheres negras, brancas e pardas não é um fenômeno recente: dados similares já eram registrados em um período muito anterior à pandemia da Covid-19.

Nesse contexto, o Brasil assumiu uma meta junto às Nações Unidas de reduzir a mortalidade materna para 30 mortes por 100 mil nascidos vivos até 2030. Para viabilizar essa redução, o governo inicia um plano de trabalho voltado para a redução da mortalidade materna, que envolve diversos setores e busca criar um plano com metas e ações a serem desenvolvidas pelo governo federal, em diálogo com a sociedade civil, gestores de estados e municípios, movimentos de mulheres negras e de humanização do parto e nascimento.

Além disso, o Ministério da Saúde também lança a campanha “Racismo faz mal à saúde”, com o objetivo de conscientizar a população sobre o racismo como um determinante social de saúde. Essa iniciativa busca destacar a importância de combater o racismo e suas consequências para a saúde das mulheres, em especial para a redução da mortalidade materna.

Diante desse cenário, é urgente a implementação de medidas eficazes que possam diminuir as desigualdades na mortalidade materna e garantir o acesso equitativo a cuidados de saúde para todas as mulheres, independentemente da sua cor ou raça. A sociedade como um todo precisa se engajar nesse debate e pressionar por políticas públicas que promovam a equidade e a justiça no sistema de saúde.

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