Morre Danilo Santos de Miranda, diretor do Sesc e ícone da cultura de São Paulo

Danilo Santos de Miranda, renomado sociólogo, filósofo e ex-seminarista, faleceu no último domingo, aos 80 anos de idade. Sua morte foi recebida como uma perda significativa para a cultura de São Paulo, onde ele liderou o Sesc por quatro décadas. Durante seu tempo no comando da instituição, Miranda se estabeleceu como uma figura influente e benéfica para a cultura do país.

O Sesc, originalmente criado para promover o bem-estar social dos comerciários e suas famílias, passou por uma transformação sob a liderança de Miranda. Ele expandiu a organização de forma significativa, inaugurando várias unidades pelo estado de São Paulo. Além disso, ele removeu as catracas de acesso, tornando os espaços mais acolhedores e abertos ao público em geral.

Mas o impacto de Miranda na cultura brasileira vai além do Sesc. Ele estabeleceu um modelo de fomento à cultura que se tornou referência para políticas públicas em todo o país. A transparência e a profissionalização que ele trouxe para o setor possibilitaram o crescimento e a valorização de artistas, curadores e produtores.

Apesar de seu sucesso à frente do Sesc, Miranda nunca recebeu um convite formal para assumir o Ministério da Cultura. No entanto, ele era frequentemente consultado por políticos de diferentes ideologias para ajudar a elaborar projetos culturais. Sua abordagem não partidária e seu alinhamento pessoal com ideias progressistas foram amplamente reconhecidos.

A paixão de Miranda pelo teatro era evidente em sua gestão, embora ele promovesse diversas expressões artísticas tanto populares quanto eruditas. Sua contribuição para as artes no Brasil foi tão significativa que artistas como Zezé Motta e José Celso Martinez reconheceram seu papel fundamental no cenário cultural paulista.

Miranda também era conhecido por sua busca pela excelência e por sua dedicação em trazer artistas renomados para se apresentar nos palcos do Sesc. Ele frequentemente viajava para conhecer os bastidores de equipamentos culturais pelo mundo, em busca de inspiração e referências.

Nascido em uma família de classe média no Rio de Janeiro, Miranda inicialmente estudou para se tornar padre, mas abandonou o seminário aos 24 anos de idade. Ele se mudou para São Paulo e começou a trabalhar no Sesc como orientador social. Ao longo dos anos, ele progrediu na organização e se tornou diretor regional.

Apesar de sua importância para a cultura brasileira, Miranda sempre foi humilde e valorizava o reconhecimento pessoal. Sua dedicação ao Sesc e sua busca constante pela transformação e excelência farão falta para todo o país. Ele deixa um legado duradouro e sua contribuição não será esquecida.

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