Sua trajetória artística foi marcada por uma profunda conexão com temas como mística cristã, sufismo islâmico e xamanismo arcaico, refletidos em suas instalações, vídeos e performances voltadas para a exploração da consciência humana e do tempo. Suas obras foram influenciadas pela arte cristã da renascença e destacavam a importância de cada instante diante do ritmo acelerado da vida cotidiana.
Um dos trabalhos mais emblemáticos de Viola, “Mártires” de 2014, retrata quatro pessoas passando por provações em um tempo desacelerado, evidenciando a dramaticidade dos corpos lentos diante de situações adversas. Sua habilidade em capturar e retratar o ritmo da cidade também foi observada em obras como “Hino” de 1983, que mostrava uma menina gritando na Estação Union em Los Angeles, em meio a cenários urbanos e industriais.
A abordagem pessoal de Viola em grandes momentos da vida, como nascimento e morte, foi evidenciada na instalação “Nantes Triptych” de 1992, que retratava o processo de parto, a morte de sua mãe e um homem flutuando na água. Elementos da natureza, como água e fogo, eram frequentes em suas obras, assim como a presença de atores contracenando em seus vídeos.
A contribuição de Bill Viola para a videoarte e sua influência na abordagem do tempo, da consciência e dos aspectos humanos continuarão a reverberar no mundo artístico, deixando um legado significativo para as gerações futuras. Sua morte deixa uma lacuna no cenário artístico contemporâneo, mas seu trabalho perdurará como uma inspiração para artistas e apreciadores da arte em todo o mundo.