Montadora chinesa BYD critica Anfavea e não acredita no fim da isenção de imposto de importação para carros elétricos

A montadora chinesa BYD expressou sua discordância em relação às declarações da associação setorial Anfavea sobre o fim da isenção do imposto de importação para carros elétricos no Brasil. Segundo a BYD, é improvável que o governo federal anuncie essa medida neste mês, e a empresa criticou a postura da Anfavea, que tem defendido a volta da tributação desde 2015.

O presidente da Anfavea, Márcio Leite, afirmou na semana passada que o fim da isenção ocorrerá ao longo de três anos e será anunciado junto com a segunda fase da política automotiva Rota 2030. No entanto, a BYD acredita que as declarações de Leite são descabidas e destacou o compromisso do governo brasileiro em sediar a COP 30, conferência global sobre o clima, em 2025.

Alexandre Baldy, conselheiro especial da BYD no Brasil, afirmou que os executivos da empresa virão ao país no próximo mês para anunciar o início das obras de construção da fábrica de veículos na Bahia. As vendas de carros elétricos e híbridos têm aumentado no Brasil nos últimos meses, e a BYD é uma das principais montadoras desse segmento, ficando atrás apenas da Toyota em agosto.

A Anfavea não se manifestou sobre as críticas da BYD. Baldy, que também é ex-ministro das Cidades, destacou que a defesa da associação para o retorno do imposto de importação de 35% se assemelha ao programa Inovar-Auto, implementado na década passada para proteger o mercado nacional contra a entrada de veículos chineses. O programa foi questionado na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Baldy ressaltou que a BYD não se preocupa com um possível aumento do imposto de importação, pois a empresa pretende investir bilhões de reais no Brasil nos próximos anos e possui planos de iniciar a produção local de veículos elétricos e híbridos. Além disso, a BYD está negociando uma parceria com indústrias de etanol para a produção de modelos híbridos flex.

O representante da BYD afirmou que, apesar das preocupações da Anfavea, o ambiente é favorável para a companhia, devido à agenda de descarbonização defendida pelo governo federal. Em resposta às declarações de Leite, Baldy lembrou que nenhuma montadora vende 500 mil veículos por ano no Brasil, o que invalida a preocupação de importações excessivas de carros elétricos.

Até o momento, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços ainda não se pronunciou sobre o assunto. A BYD, que disputa a liderança global em vendas de veículos elétricos com a Tesla, está confiante em sua estratégia de expansão no mercado brasileiro e espera contribuir para a proteção do meio ambiente e impulsionar a indústria automobilística nacional.

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