Mobilização feminista na Argentina reivindica direitos e denuncia feminicídios

No último sábado, milhares de mulheres se reuniram em Buenos Aires, Argentina, para participar da marcha feminista em comemoração ao Dia de Ação Global pelo Aborto Legal, Seguro e Gratuito. A ativista Marta Verón esteve presente desde o início da manifestação, expressando sua preocupação com os feminicídios que ocorrem diariamente no país.

Acompanhada pela amiga Natalia Castro, Verón ressaltou a importância de mostrar que a rua pertence às mulheres e que elas não devem perder o direito de se manifestar, já que a direita tenta tirar esse espaço delas. A manifestação foi muito além da demanda pelo aborto, reunindo mulheres e homens que se mobilizaram por diversas razões, como saúde, educação, melhorias econômicas para os setores populares e um Estado mais presente.

Uma coluna em particular representou as mulheres brasileiras na marcha, convocada pelo grupo de mulheres do Núcleo do PT na Argentina. Elas levantaram a voz contra o candidato Milei, comparando-o a Bolsonaro e destacando a experiência de ter vivido quatro anos de extrema direita no Brasil.

Renata Codas, secretária do Núcleo, destacou a importância de resistir e mobilizar-se contra a direita que busca perseguir direitos, recursos naturais e leis trabalhistas, prejudicando principalmente os setores populares, as mulheres e as diversidades. Ela enfatizou que as mulheres brasileiras se sentem responsáveis por fazer essa luta hoje, a fim de evitar que o Brasil siga pelo mesmo caminho.

Durante a manifestação, as organizações feministas argentinas também lembraram das companheiras mexicanas que conquistaram recentemente o direito ao aborto por decisão da Suprema Corte de Justiça do país. Além disso, fizeram menção às companheiras brasileiras que estão lutando pela descriminalização e legalização do aborto, referindo-se ao debate que está ocorrendo no Supremo Tribunal Federal.

O Dia de Ação Global pelo Aborto Legal, Seguro e Gratuito tem sua origem no 5º Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho de 1990, realizado na Argentina. Desde então, essa data é marcada por manifestações e mobilizações em prol do direito ao aborto.

A marcha em Buenos Aires reforçou a importância de continuar lutando pelos direitos das mulheres, não apenas pelo direito ao aborto, mas por uma sociedade mais justa e igualitária. Mulheres de diversos países da América Latina estiveram presentes, unindo suas vozes e reforçando a importância da luta coletiva.

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