Repórter São Paulo – SP – Brasil

Missão Chang’e 6 da China traz amostras inéditas da face oculta da Lua em pouso histórico na Terra

Pela primeira vez na história, um programa espacial realizou a façanha de trazer amostras colhidas na face oculta da Lua, o hemisfério lunar nunca antes visto da Terra. A China alcançou essa primazia com a missão Chang’e 6, que encerrou sua jornada com o retorno bem-sucedido à Terra na última terça-feira (25). A cápsula contendo as preciosas rochas pousou na região da Mongólia Interior após uma reentrada atmosférica repleta de emoção.

O pouso ocorreu às 3h07 (horário de Brasília) e surpreendeu a todos com transmissões ao vivo em mandarim e inglês. Apesar da falta de divulgação oficial de alguns marcos da missão pela CNSA (agência espacial chinesa), astrônomos e radioastrônomos amadores acompanharam de perto a trajetória da nave espacial, detectando sua posição no céu, alterações de velocidade e capturando imagens com telescópios.

O brasileiro Cristóvão Jacques, do observatório Sonear em Caeté (MG), contribuiu para as observações ao registrar a sonda em seu retorno à Terra. As amostras colhidas pela Chang’e 6 serão submetidas a análises em laboratório para desvendar mistérios sobre a composição e história da Lua, como a diferença entre os hemisférios voltado para a Terra e o lado oculto.

A missão, que durou 53 dias, envolveu uma série de etapas complexas, desde o lançamento até a coleta e retorno das amostras. A China alcançou um feito sem precedentes no espaço, consolidando seu status de potência espacial. Os resultados das análises das amostras são aguardados com grande expectativa e representam mais um passo na busca por respostas sobre a Lua e seu passado geológico.

Além disso, a China já planeja futuras missões lunares, como a Chang’e 7 e 8, e lidera o projeto ILRS, Estação Internacional de Pesquisa Lunar, em parceria com diversos países. A cooperação internacional no espaço mostra sinais de tensionamento diante das diferentes abordagens para a exploração lunar. Enquanto isso, a China segue avançando em sua missão espacial, expandindo sua influência e protagonismo no cenário global.

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