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Ministros do STF criticam avanço de pacote que restringe seus poderes e amplia possibilidades de impeachment na Câmara dos Deputados

Na última quarta-feira (9), ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) expressaram sua contrariedade com o avanço na Câmara dos Deputados de um conjunto de medidas que buscam restringir seus poderes e ampliar as possibilidades de impeachment de membros da corte. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou dois projetos de lei e duas Propostas de Emenda à Constituição (PECs) que têm como alvo o STF, numa ação liderada pelos parlamentares bolsonaristas, mas que também contou com o apoio de outros partidos de centro-direita e direita.

As propostas em questão buscam limitar o poder dos magistrados de tomarem decisões individualmente, conferem ao Congresso a prerrogativa de revogar entendimentos da corte e ampliam as possibilidades de impeachment de ministros, como opinar sobre questões ainda passíveis de julgamento ou “usurpar” funções que caberiam ao Legislativo.

A crescente insatisfação no Congresso com a atuação do STF tem sido objeto de discussão, principalmente devido à alegada interferência da corte em questões que seriam de competência exclusiva do Legislativo. O impeachment de ministros do STF tornou-se uma das principais bandeiras do bolsonarismo.

Em conversas reservadas, os ministros do STF argumentam que a PEC que restringe as decisões monocráticas viola a Constituição ao limitar o acesso dos cidadãos à Justiça, uma vez que muitos pleitos judiciais são atendidos por meio de decisões individuais. Eles defendem que as decisões individuais são importantes para acelerar processos, e que caso todas as determinações exijam um consenso, a demora para encerrar as ações pode prejudicar a sociedade.

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, já criticou uma das PECs em agosto, que confere ao Congresso o poder de anular decisões do STF, considerando que um modelo democrático em que o Congresso possa suspender decisões da Suprema Corte é impensável. Mesmo com essas discordâncias, as PECs ainda precisam passar pelo plenário da Câmara, onde serão necessários 308 votos para a sua aprovação em dois turnos de votação. Caso sejam aprovadas, as PECs serão promulgadas pelo Congresso, uma vez que emendas constitucionais não requerem a sanção do presidente da República.

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