Ministro Fernando Haddad evita cravar manutenção da meta de déficit zero em 2024, gerando repercussão no mercado e no Congresso.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não confirmou a manutenção da meta de déficit zero em 2024. Em uma entrevista marcada por irritação, o chefe da equipe econômica afirmou nesta segunda-feira (30) que será necessário o apoio do Congresso e do Judiciário para cumprir o objetivo que tem defendido desde o início das discussões sobre o novo arcabouço fiscal.

Na sexta-feira (27), o presidente Lula (PT) declarou que a meta fiscal do próximo ano “não precisa ser zero” e que ele não quer ser obrigado a fazer cortes em investimentos para cumpri-la. Essas declarações geraram reações no mercado e no Congresso, com pressão sobre os juros futuros, levando a quedas na Bolsa e altas no dólar.

No campo das consequências políticas, o relator do Orçamento de 2024, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), classificou a fala de Lula como um “choque de realidade”. Ele afirmou que a mensagem é um comando ao Congresso para que a meta fiscal definida no texto seja alterada. Por sua vez, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) disse que não há falta de sintonia entre Lula e Haddad.

O episódio desta terça-feira (31) do Café da Manhã, podcast da Folha, analisa as declarações sobre a meta fiscal do próximo ano, discute seus efeitos na articulação política e avalia a mensagem transmitida pelo governo. O programa conta com a participação da jornalista Dora Kramer, colunista da Folha.

O Café da Manhã é um podcast publicado de segunda a sexta-feira, no início do dia. É apresentado pelos jornalistas Gabriela Mayer e Gustavo Simon, com produção de Carolina Moraes e Victor Lacombe. A edição de som fica por conta de Thomé Granemann.

Nesse contexto, fica evidente a divergência entre as posições do ministro Haddad e do presidente Lula em relação à meta fiscal para 2024. Enquanto Haddad defende a manutenção do déficit zero, Lula argumenta que a meta não precisa ser zero e que cortes em investimentos não devem ser feitos para cumpri-la. Essa divergência gera incertezas no mercado e pressiona os juros futuros, afetando a economia como um todo.

Além disso, a fala de Lula é interpretada como um comando ao Congresso para que a meta fiscal seja alterada, o que pode gerar conflitos entre o governo e os parlamentares. No entanto, o ministro Padilha garante que não há falta de sintonia entre Lula e Haddad, buscando minimizar as divergências.

Diante desse cenário, é importante acompanhar de perto as discussões e os desdobramentos em relação à meta fiscal para 2024. A articulação política será fundamental para que seja alcançado um consenso entre o governo e o Congresso, garantindo a estabilidade econômica e evitando impactos negativos nos investimentos e no mercado financeiro.

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