José Juscelino, um médico de 39 anos nascido em São Luís, se licenciou da Câmara dos Deputados para assumir o cargo de ministro das Comunicações do governo de Luiz Inácio Lula da Silva a partir de fevereiro de 2023. Sua indicação serviu para acomodar o União no primeiro escalão do governo, já que o partido havia apoiado a eleição de Lula. Anteriormente, Juscelino havia integrado o PMB e o DEM.
O indiciamento do ministro está relacionado a seis crimes, incluindo corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Em nota, Juscelino nega as acusações e alega que a investigação está criando uma “narrativa de culpabilidade perante a opinião pública” com vazamentos seletivos, sem considerar os fatos objetivos. Ele ressalta que o indiciamento não implica em culpa e que confia na imparcialidade do Poder Judiciário para esclarecer os fatos.
A polêmica em torno do ministro não se limita ao indiciamento. O jornal Estadão revelou que Juscelino direcionou parte das emendas do orçamento secreto para asfaltar uma estrada que leva à sua propriedade particular em Vitorino Freire, no Maranhão. Além disso, ele teria utilizado uma aeronave da Força Aérea Brasileira para ir e voltar de São Paulo, onde participou de leilões de cavalos de raça, gerando uma despesa de mais de R$ 130 mil aos cofres públicos.
Outras revelações incluem a omissão de um patrimônio de R$ 2,2 milhões em cavalos de raça na declaração à Justiça Eleitoral e a contratação de um “faz-tudo” de fazendas da sua família para trabalhar em seu gabinete. Apesar das acusações, o ministro se mantém no cargo com o apoio do Centrão e reafirma sua confiança na justiça para provar sua inocência. Este é mais um capítulo de um escândalo que envolve altos escalões do governo e promete gerar repercussões políticas e jurídicas nos próximos dias.