Ministro das Comunicações é indiciado pela PF por desvio de verbas federais durante mandato como deputado pelo Maranhão.

O ministro das Comunicações, José Juscelino dos Santos Rezende Filho, foi indiciado pela Polícia Federal (PF) em uma investigação que apura supostos desvios de verbas federais. A investigação se concentra em práticas criminosas que teriam sido cometidas por Juscelino durante o seu mandato como deputado federal pelo partido União Brasil, pelo qual foi reeleito pelo Maranhão em 2022.

José Juscelino, um médico de 39 anos nascido em São Luís, se licenciou da Câmara dos Deputados para assumir o cargo de ministro das Comunicações do governo de Luiz Inácio Lula da Silva a partir de fevereiro de 2023. Sua indicação serviu para acomodar o União no primeiro escalão do governo, já que o partido havia apoiado a eleição de Lula. Anteriormente, Juscelino havia integrado o PMB e o DEM.

O indiciamento do ministro está relacionado a seis crimes, incluindo corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Em nota, Juscelino nega as acusações e alega que a investigação está criando uma “narrativa de culpabilidade perante a opinião pública” com vazamentos seletivos, sem considerar os fatos objetivos. Ele ressalta que o indiciamento não implica em culpa e que confia na imparcialidade do Poder Judiciário para esclarecer os fatos.

A polêmica em torno do ministro não se limita ao indiciamento. O jornal Estadão revelou que Juscelino direcionou parte das emendas do orçamento secreto para asfaltar uma estrada que leva à sua propriedade particular em Vitorino Freire, no Maranhão. Além disso, ele teria utilizado uma aeronave da Força Aérea Brasileira para ir e voltar de São Paulo, onde participou de leilões de cavalos de raça, gerando uma despesa de mais de R$ 130 mil aos cofres públicos.

Outras revelações incluem a omissão de um patrimônio de R$ 2,2 milhões em cavalos de raça na declaração à Justiça Eleitoral e a contratação de um “faz-tudo” de fazendas da sua família para trabalhar em seu gabinete. Apesar das acusações, o ministro se mantém no cargo com o apoio do Centrão e reafirma sua confiança na justiça para provar sua inocência. Este é mais um capítulo de um escândalo que envolve altos escalões do governo e promete gerar repercussões políticas e jurídicas nos próximos dias.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo