Repórter São Paulo – SP – Brasil

Ministra Marina Silva propõe criação de instância de negociação para eliminar combustíveis fósseis na COP28 da ONU.

Durante a COP28 do Clima da ONU, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, propôs a criação de uma instância de discussão e negociação para tratar sobre a eliminação dos combustíveis fósseis dentro da Convenção-Quadro do Clima da ONU. Em seu discurso, Marina ressaltou a necessidade de um esforço conjunto entre países consumidores e produtores para reduzir o uso de energias fósseis e promover a transição para energias renováveis.

A proposta de eliminação dos combustíveis fósseis tem se tornado uma questão central nas negociações da COP28, refletindo a crescente preocupação com a crise climática. Embora seja vista como a principal causa da crise climática, a proposta de abandonar os combustíveis fósseis só começou a ser discutida nas negociações climáticas há dois anos, na COP26, e ganhou força este ano, devido à presidência da conferência, liderada pelo presidente da petroleira estatal dos Emirados Árabes.

A ministra também ressaltou a importância de considerar as diferenças nacionais e as alternativas de desenvolvimento social e econômico, especialmente em países mais vulneráveis, ao discutir a eliminação dos combustíveis fósseis. Além disso, Marina alertou que as concessões nas negociações não podem ameaçar o objetivo de conter o aquecimento global em 1,5ºC, compromisso que o Brasil tem vocalizado como premissa da revisão das metas climáticas, prevista para acontecer sob a presidência brasileira da COP30.

A proposta de Marina levanta questões sobre a inclusão ou não do abandono ou redução dos combustíveis fósseis no documento final da COP28. Caso essa proposta se torne um item separado na agenda, a discussão passa a ter seguimento nas edições seguintes da conferência e se torna uma pauta obrigatória. No entanto, a Convenção-Quadro do Clima da ONU tem afunilado os itens na fila para negociação, devido ao progresso lento nas pautas atuais.

A ministra destacou que o sucesso da COP30, que será presidida pelo Brasil, dependerá da aprovação de um balanço geral alinhado com as metas de 1,5ºC, incluindo ações pré 2030, recomendações para futuras metas climáticas, novos compromissos para financiamento e um objetivo global de adaptação condizente com os riscos reais.

Em resumo, a proposta de Marina Silva durante a COP28 reflete a necessidade urgente de ações conjuntas para reduzir o uso de combustíveis fósseis e promover a transição para energias limpas, diante do crescente desafio da crise climática. A inclusão ou não dessa proposta no documento final da conferência impactará as negociações futuras e a necessidade de cumprir as metas estabelecidas para conter o aquecimento global.

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