Kicillof, que foi reeleito governador da província mais populosa da Argentina, destacou seu programa de governo baseado na presença do Estado, na valorização da família, na luta contra a meritocracia, no fortalecimento da educação e da saúde pública, na descentralização do país e na cooperação com as demais províncias. Defendeu, assim, a continuidade das políticas implementadas por Cristina Kirchner.
Um ponto interessante nas eleições argentinas foi a mudança de posicionamento do bairro popular de Buenos Aires em relação aos candidatos. Um exemplo disso foi a entrevista de Massa aos jornalistas estrangeiros, onde ele defendeu a formação de um governo de unidade nacional, capaz de reunir as melhores forças políticas independentemente de suas origens partidárias. Além disso, destacou a importância de políticas de desenvolvimento, acesso à moradia e cuidado dos setores mais vulneráveis da sociedade.
Para o segundo turno, a UP (Unidade Popular) precisa definir sua estratégia de alianças visando a unidade nacional contra os riscos do fascismo. Um exemplo a ser seguido é a experiência da aliança entre Lula e Geraldo Alckmin, que resultou em benefícios para ambos os lados. O partido União Cívica Radical (UCR), que estava sob ataque de Milei, poderá migrar parte de seu apoio para Massa.
Massa enfatizou a importância de um orçamento equilibrado, com superávit, e destacou a necessidade de corrigir distorções tributárias para beneficiar a população. Além disso, destacou as relações com o Brasil e a China, ressaltando a importância de manter acordos bilaterais e ampliar o mercado externo.
É importante ressaltar que as eleições na Argentina não ocorrem em um contexto isolado, mas estão inseridas em um cenário mundial de disputa entre dois modelos de país: um soberano e nacionalista e outro que se submete às finanças internacionais. A Argentina, assim como outros países da América Latina, é território de confronto entre os blocos econômicos e de poder global. Nesse sentido, é fundamental que a Argentina esteja inserida no mundo multipolar, buscando alianças com países emergentes e fortalecendo sua economia.
Em conclusão, as eleições argentinas refletem um importante momento político, no qual o país precisa tomar decisões estratégicas para garantir seu desenvolvimento e sua soberania. A continuidade das políticas implementadas pela atual administração, aliada a uma postura de diálogo e busca por acordos nacionais, pode ser a chave para o progresso do país nos próximos anos.