Esse encontro pode representar uma reviravolta na agenda externa do presidente argentino, que durante a campanha eleitoral afirmou não ter relações pessoais com “comunistas”, incluindo Lula e o presidente chinês, Xi Jinping. Essa postura rígida foi evidenciada pela recusa de Lula em participar da posse de Milei, em dezembro de 2023, após ser chamado de “corrupto” pelo argentino.
As trocas de acusações entre os dois líderes políticos não são novidade, com Milei lembrando o envolvimento de Lula na campanha eleitoral argentina a favor de um rival e alarmando os argentinos ao apontar a extrema direita como perigosa para a democracia. Por outro lado, Lula enfatizou a importância de um presidente que respeite a democracia, as instituições, o Mercosul e a América do Sul.
O cancelamento da participação do presidente argentino em uma reunião do Mercosul, em junho passado, foi interpretado como uma tentativa de evitar um conflito direto com Lula. No entanto, a possibilidade de um encontro durante o G20 levanta questões sobre a construção de um acordo entre o Mercosul e a União Europeia, que pode ser beneficiado com essa potencial reconciliação.
Em um cenário de polarização política e divergências ideológicas, a perspectiva de um diálogo entre Lula e Milei pode representar um passo significativo na busca por uma maior integração regional e cooperação econômica entre Brasil e Argentina. Resta aguardar os desdobramentos desse possível encontro e seus impactos nas relações bilaterais entre os dois países.