O estudo aponta que cerca de 32 milhões de brasileiros ainda não têm acesso a água potável e mais de 90 milhões não possuem coleta de esgoto. Para alcançar a meta proposta, seria necessário um investimento anual de R$ 46,3 bilhões entre 2023 e 2033, totalizando um montante de R$ 509 bilhões ainda não investidos. Esse valor é mais que o dobro da média destinada anualmente ao saneamento básico entre 2018 e 2022.
Além disso, 579 municípios possuem contratos irregulares em relação à prestação dos serviços básicos, afetando quase 10 milhões de pessoas. A maioria das cidades com contratos irregulares está localizada nas regiões Norte e Nordeste do país, onde os gargalos são maiores na tentativa de alcançar as metas estabelecidas pelo novo Marco Legal do Saneamento.
Os projetos de concessão de saneamento já em execução e outros em fase de estruturação têm o potencial de impactar mais de 100 milhões de pessoas, indicando uma possível melhoria nos indicadores do setor. O Marco Legal do Saneamento Básico, sancionado em 2020, estabeleceu metas ambiciosas para a universalização dos serviços de água e esgoto, buscando atrair investimentos privados para o setor.
No entanto, a aprovação do marco foi marcada por polêmicas e debates, principalmente em relação à privatização do serviço. A legislação definiu a ANA como agente regulador e estabeleceu metas para acabar com lixões a céu aberto no Brasil. A expectativa é que, com os investimentos necessários e a implementação das medidas previstas, o país possa avançar na melhoria do saneamento básico e na qualidade de vida da população.