Um exemplo comum desse efeito é quando alguém recebe um bônus no trabalho e decide investi-lo em ações de alto risco, justificando que, como foi um ganho inesperado, pode ser usado para investimentos mais arriscados. Isso ignora a visão mais ampla dos objetivos financeiros e da diversificação do portfólio, afetando negativamente o potencial de crescimento a longo prazo. Além disso, a resistência à realocação de recursos também é uma consequência desse viés. Uma vez que o dinheiro é alocado a uma categoria mental específica, pode haver relutância em mover esses fundos, mesmo quando é racional fazê-lo. Isso pode prejudicar a capacidade de realocar capital para oportunidades de investimento mais promissoras.
Outra implicação desse viés é a separação do dinheiro em categorias como “dinheiro para gastar” e “dinheiro para economizar”, o que pode levar ao consumo excessivo ou falta de economia. As pessoas podem se sentir mais inclinadas a gastar fundos de certas categorias, mesmo que seja mais prudente economizar ou investir esse dinheiro. Isso pode resultar em poupança insuficiente para objetivos de longo prazo ou em gastos impulsivos que não fariam parte de um plano financeiro geral.
Para superar esse viés, é necessário adotar uma visão abrangente do patrimônio e uma estratégia de investimento que considere todos os recursos financeiros como parte de um sistema integrado, visando uma melhor saúde financeira global.
Michael Viriato, assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor, ressalta a importância de superar esses vieses para garantir decisões financeiras mais sólidas. Ele destaca a necessidade de uma estratégia de investimento abrangente que não seja influenciada por contas mentais separadas, visando um crescimento financeiro mais consistente a longo prazo.
Portanto, para evitar que o viés de contabilidade mental prejudique seus investimentos e capacidade de poupança, é fundamental adotar uma abordagem mais holística e integrada em relação ao dinheiro e aos investimentos.