Memória viva: debate na Feira do Livro destaca importância de falar sobre ditadura militar para evitar distorções históricas

Na última noite de sábado, a Feira do Livro em São Paulo encerrou suas atividades com um debate fundamental sobre a ditadura militar no Brasil. Os debatedores presentes ressaltaram a importância de manter viva a memória dos que faleceram nesse período sombrio da história do país, bem como evitar distorções dos fatos.

O escritor Marcelo Rubens Paiva, autor de “Feliz Ano Velho”, ressaltou que o bolsonarismo promove um revisionismo histórico ao afirmar que a ditadura militar foi um período de paz, progresso e liberdade. Paiva destacou a presença de pessoas pedindo a volta do AI-5 na frente da Fiesp, um comportamento considerado insano e que mostra a falta de compreensão sobre os abusos cometidos durante aquele período.

A jornalista Patrícia Campos Mello, mediadora do debate, comentou sobre a “dissonância cognitiva” dos apoiadores do atual governo que afirmam viver sob uma ditadura no Brasil. Para os debatedores, é dever dos jornalistas, escritores e produtores culturais manterem o tema da ditadura em destaque constantemente.

O historiador Luiz Felipe de Alencastro, que dividiu a mesa com Marcelo Rubens Paiva, decidiu reeditar textos escritos naquela época sob o pseudônimo de Julia Juruna no livro “Despotismo Tropical”, como uma forma de passar adiante o testemunho daquele período sombrio da história do Brasil.

Além disso, figuras importantes da cultura brasileira, como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Paulo Coelho, têm compartilhado mais intensamente suas experiências durante a ditadura militar. Um filme baseado no livro “Ainda Estou Aqui”, de Marcelo Rubens Paiva, está prestes a ser lançado, revelando ainda mais os bastidores desse período histórico.

A Feira do Livro continua com mesas abertas e gratuitas, onde diversos nomes importantes da cultura brasileira estarão presentes para debater temas relevantes para a sociedade. A participação ativa de escritores, jornalistas e historiadores evidencia a importância de manter viva a memória da ditadura militar para não repetir os erros do passado.

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