Médico investigado por irregularidades em estudo da covid-19 recebe prêmio nos EUA em meio a polêmica sobre tratamentos controversos.

O médico Flávio Cadegiani, envolvido em polêmicas no Brasil por seu estudo com o medicamento proxalutamida para tratar pacientes com Covid-19, recebeu um prêmio nos Estados Unidos por suas “Contribuições para a Excelência em Pesquisa”. A premiação foi concedida pela Front Line COVID-19 Critical Care Alliance (FLCCC), da qual Cadegiani é membro-fundador. A FLCCC defende o tratamento precoce da Covid-19 com medicamentos como a ivermectina e a hidroxicloroquina, que não são recomendados pela Organização Mundial da Saúde.

No entanto, a credibilidade da FLCCC e de Cadegiani foi questionada após a retirada de um artigo escrito pelos médicos Paul Marik e Pierre Kory da revista científica Journal of Intensive Care Medicine. O hospital que forneceu os dados para o estudo contestou os números, o que levou à retirada do artigo. Além disso, Cadegiani e Kory foram criticados por terem omitido informações sobre conflitos de interesses em um estudo sobre a ivermectina como tratamento profilático da Covid-19.

A revista Time também destacou que Pierre Kory abriu um serviço privado de telessaúde para tratar pacientes com Covid-19, síndrome pós-vacinais e outros problemas, cobrando valores consideráveis por consulta. A publicação ressaltou que membros da FLCCC, como Fred Wagshul, também lucravam vendendo consultas sobre ivermectina.

Por fim, é importante ressaltar que Cadegiani foi inocentado em processos administrativos nos Conselhos Regionais de Medicina do Amazonas e do Rio Grande do Sul, mas enfrenta processos judiciais na Justiça Federal por suas condutas em relação ao estudo com proxalutamida. A controvérsia em torno de Cadegiani e da FLCCC levanta dúvidas sobre a integridade das pesquisas e dos tratamentos defendidos pelo grupo.

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