Repórter São Paulo – SP – Brasil

Matriz elétrica brasileira: desequilíbrio e custo alto para consumidores – Entenda os desafios e as polêmicas em torno da geração de energia no país.

A importância da diversificação na matriz energética

No mundo atual, a escolha de fontes de energia para abastecer as grandes usinas elétricas vai muito além da simples análise da potência máxima. Assim como um comprador de carro considera não apenas a velocidade máxima, mas também a eficiência no consumo, as usinas elétricas são avaliadas por diversos atributos que influenciam sua capacidade de produção energética.

A potência instantânea de uma usina, medida em megawatts (MW), é apenas um dos aspectos a serem considerados. Importante também é o fator de capacidade, que indica a quantidade de energia que a usina é capaz de produzir em determinado intervalo de tempo, geralmente um ano. Este valor, expresso em MWmed, reflete a eficiência da usina ao longo do tempo.

Fatores como a disponibilidade de “combustível” também são determinantes no desempenho das usinas. Enquanto as usinas solares dependem da radiação solar, as usinas eólicas são influenciadas pela velocidade do vento. Já as hidroelétricas utilizam a água dos rios como fonte de energia. Essas variações impactam diretamente no fator de capacidade de cada tipo de usina, que pode variar de 20% a 60%.

Além disso, a capacidade de resposta das usinas à demanda energética é outro aspecto importante a ser considerado. Enquanto as usinas solares e eólicas são não despacháveis, ou seja, não podem produzir eletricidade continuamente, as hidroelétricas com reservatórios possuem essa capacidade. Esta diversidade de características evidencia a importância da diversificação na matriz energética de um país.

No Brasil, a questão da matriz energética tem sido objeto de debates e disputas políticas, que têm levado a decisões que nem sempre consideram os aspectos técnicos e econômicos envolvidos. A atuação de lobbies e congressistas tem gerado um desequilíbrio no parque gerador do país, resultando em um aumento nos custos de energia para os consumidores.

Diante desse cenário, é fundamental que haja uma análise mais criteriosa na definição da matriz energética, levando em consideração não apenas a potência das usinas, mas também seus fatores de capacidade, custos e impactos ambientais. Somente com uma abordagem mais sistêmica e equilibrada será possível garantir a segurança energética, a sustentabilidade e a eficiência do setor elétrico brasileiro. O Senado, por sua vez, tem o papel de barrar propostas que não estejam alinhadas com os interesses da população e do desenvolvimento sustentável do país.

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