Material didático do governo Tarcísio de Freitas continua com erros conceituais mesmo após revisão anunciada pela Secretaria de Educação

O material didático produzido pelo governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) continua sendo distribuído para as escolas com erros conceituais, mesmo após a Secretaria de Educação paulista ter anunciado que realizaria uma revisão adicional das aulas.

No último dia 6 de setembro, a Secretaria de Educação enviou um comunicado às escolas informando que todas as aulas, de todos os componentes curriculares dos anos finais do ensino fundamental e ensino médio, seriam revisadas com o objetivo de garantir a qualidade do material produzido para o 3º bimestre.

Essa medida foi tomada depois que a Justiça determinou, em decisão provisória, que as aulas com erros fossem retiradas do ar em até 48 horas, sob pena de multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento.

Apesar da revisão adicional, os professores das escolas estaduais continuam encontrando erros conceituais no material programado para ser utilizado no 3º bimestre. Por exemplo, em uma aula sobre defeitos da visão destinada aos alunos do 6º ano, o texto menciona o uso de lente convergente para corrigir hipermetropia, porém a imagem apresentada aos alunos é de uma lente divergente.

Outro erro encontrado foi no material de matemática do 8º ano, onde um exercício afirma a existência de um triângulo equilátero inscrito em um quadrado, o que é comprovadamente impossível pelo teorema de Pitágoras.

A Secretaria de Educação afirmou que intensificou os procedimentos de revisão da Coordenadoria Pedagógica e que já foram revisados 30 mil slides que serão utilizados em setembro. No entanto, na sexta-feira (15), a Folha acessou o sistema onde as aulas estão disponíveis e os erros ainda estavam presentes nas disciplinas de ciências e matemática.

A secretaria alegou que o erro no material de ciências já havia sido corrigido antes de ser apresentado em sala de aula e antes do processo de revisão em andamento. Já o erro no material de matemática estava programado para ser utilizado entre julho e agosto e está atualmente em revisão, assim como todo o conteúdo anterior a setembro.

É importante ressaltar que o material didático foi produzido pela Secretaria de Educação e começou a ser distribuído às escolas em abril deste ano, para mais de 3 milhões de alunos. Inicialmente, o secretário de Educação pretendia abrir mão dos livros didáticos enviados pelo MEC para utilizar apenas o conteúdo produzido por sua equipe, porém voltou atrás após a repercussão negativa.

Os erros gramaticais, conceituais e metodológicos presentes no material têm sido apontados por professores e especialistas. Um dos equívocos foi a informação de que a Lei Áurea foi assinada por dom Pedro 2º e a afirmação de que a capital paulista possui praias.

Após a divulgação dos erros, a secretaria afastou servidores e o coordenador responsável pela produção do material pediu demissão do cargo.

Diferente dos livros didáticos comprados pelo MEC, que levam pelo menos dois anos para serem finalizados e são submetidos a revisões externas, o material didático em São Paulo começou a ser distribuído em menos de três meses e não foram divulgadas informações sobre o processo de revisão dos conteúdos.

No contexto educacional, é preocupante a distribuição de um material didático com erros conceituais, pois isso pode comprometer a aprendizagem dos estudantes, causar confusão e até mesmo desinformação. É fundamental que a Secretaria de Educação de São Paulo adote medidas efetivas para corrigir os erros presentes no material e garantir a qualidade do ensino nas escolas.

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