No entanto, o livro revela seu viés conservador e teológico, uma vez que ambos os autores possuem formação em teologia e lecionam em instituições evangélicas dos Estados Unidos. A obra busca constantemente harmonizar os dados arqueológicos com uma interpretação literalista do texto bíblico, o que pode causar estranheza e questionamentos por parte de leitores mais céticos.
Um dos pontos de destaque é a defesa da autoria do livro do Gênesis por Moisés, a historicidade dos patriarcas Abraão, Isaac e Jacó, e a ocorrência do Êxodo conforme descrito nas Sagradas Escrituras. No entanto, tais interpretações encontram resistência entre arqueólogos e historiadores de instituições não confessionais, que se baseiam em evidências científicas para analisar os eventos históricos.
É importante ressaltar que o “Manual de Arqueologia Bíblica Thomas Nelson” possui como pilar central a crença religiosa, o que pode influenciar a forma como os dados arqueológicos são interpretados e apresentados. Assim, os leitores devem ter ciência desse viés teológico ao se depararem com as análises e conclusões apresentadas pelos autores.
No entanto, a riqueza de informações e a meticulosidade na apresentação dos achados arqueológicos tornam o livro uma fonte valiosa para aqueles interessados em explorar a interação entre a arqueologia e a narrativa bíblica. Mesmo diante das divergências de interpretação, a obra desperta o debate sobre a relação entre a ciência e a religião, enriquecendo o campo da arqueologia bíblica com novas perspectivas e reflexões.