O marco temporal é uma tese jurídica que determina que os povos indígenas só teriam direito à demarcação de terras que estivessem sob sua posse no momento da promulgação da Constituição, em 1988. Esta interpretação vem sendo duramente criticada por lideranças indígenas e por diversos setores da sociedade civil, que a consideram uma forma de violação dos direitos dos nativos.
Gilmar Mendes tornou-se o principal alvo deste protesto devido ao seu posicionamento favorável ao marco temporal em julgamentos recentes no STF. Os manifestantes exibiram a imagem do ministro com a palavra “negacionista” estampada em destaque. A intenção dos indígenas era chamar a atenção para a importância da defesa dos direitos territoriais dos povos originários e o impacto negativo que a posição de Mendes pode ter sobre suas comunidades.
O protesto em Nova York ocorreu em um momento crucial, em que os povos indígenas estão sendo cada vez mais pressionados em relação à demarcação de suas terras. A atuação do STF, em especial de Gilmar Mendes, tem sido criticada por não considerar as especificidades culturais e territoriais dos indígenas, favorecendo uma abordagem que prejudica a garantia de seus direitos.
Este episódio coloca em evidência a necessidade urgente de se rever o posicionamento das autoridades brasileiras em relação aos direitos dos povos indígenas e à demarcação de suas terras. A pressão internacional, como a manifestação em Nova York, é uma forma importante de mostrar que a luta dos indígenas não está restrita ao Brasil, mas é uma questão global que exige atenção e respeito.