Manifestação da PGR ao STF recomenda recebimento de queixa-crime contra Janones por ofensas a Bolsonaro em discursos políticos.

No desdobramento de um embate político acalorado, o Ministério Público Federal (MPF) emitiu um parecer favorável ao recebimento de uma queixa-crime contra o deputado Alexandre Janones. O caso tem como pano de fundo uma série de declarações feitas pelo parlamentar contra o presidente Jair Bolsonaro, acusando-o de ser um “miliciano, ladrão de joias, bandido fujão e assassino”, além de responsável pela morte de milhares de pessoas durante a pandemia.

As acusações foram proferidas por Janones nos meses de março e abril de 2023, em meio a um contexto de intense troca de farpas entre os envolvidos. Bolsonaro, por sua vez, interpretou as palavras do deputado como difamatórias e, inclusive, alegou que este tentou ligar seu nome a um ataque a uma creche em Blumenau (SC) que ocorreu no ano anterior.

Na sua defesa, Janones argumentou que as declarações em questão se enquadram em uma “notória rivalidade política” e não configuram uma violação direta à honra de Bolsonaro, uma vez que seriam genéricas e sem uma individualização clara da vítima. O desenrolar desse embate agora está nas mãos do Supremo Tribunal Federal (STF), tendo como relatora a ministra Cármen Lúcia.

O MPF, por sua vez, entende que as acusações feitas por Janones ultrapassaram os limites da liberdade de expressão e potencialmente violaram a imunidade parlamentar material. Dessa forma, o órgão se posicionou a favor do prosseguimento da queixa-crime, o que pode acarretar em desdobramentos jurídicos ainda não definidos.

O caso é emblemático e reflete não apenas as tensões políticas presentes na atualidade, mas também levanta questões importantes sobre os limites da liberdade de expressão no cenário parlamentar. O desfecho dessa situação certamente terá repercussões significativas no cenário político nacional.

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