“Maniac”, o novo livro de Benjamín Labatut, revela a biografia de John von Neumann e sua influência nas revoluções científicas do século 20.

Benjamín Labatut, um autor chileno, tem chamado a atenção com seu novo livro “Maniac”, que aborda a biografia do pioneiro da computação John von Neumann (1903-1957). Com uma mistura de pesquisa histórica e recriação romanesca, Labatut mergulha nas revoluções científicas do século 20, revelando detalhes surpreendentes sobre os gênios por trás dessas transformações.

Ao longo do livro, o autor constrói a figura do protagonista, Von Neumann, por meio de impressões em primeira pessoa de parentes, amigos, esposas e desafetos. Essa abordagem não linear revela a obsessão do cientista por racionalizar e descrever matematicamente cada aspecto do mundo e da condição humana. Essa busca incessante por fundamentação indiscutível o levou a se envolver no desenvolvimento da primeira bomba atômica, ao lado de figuras como Robert Oppenheimer e Richard Feynman.

No entanto, a biografia revela um lado temerário e inconsequente de Von Neumann, evidenciando sua paixão por jogos e máquinas de guerra, bem como um estilo de vida hedonista, com destaque para a bebida, a companhia feminina e os carros de luxo. A visão de Klára Dán, segunda esposa do matemático, reflete essa dualidade, afirmando que o otimismo irrefletido dos Estados Unidos trouxe o pior dele à tona.

Além de seu papel no desenvolvimento da bomba atômica, Von Neumann também contribuiu significativamente para a formulação da estratégia de “destruição mútua assegurada” (MAD) durante a Guerra Fria. Sua participação na criação do Maniac, um dos primeiros computadores científicos do mundo, também é destacada no livro.

No entanto, talvez ainda mais perturbador, é o papel desempenhado por Von Neumann na ideia de que máquinas poderiam se autorreplicar, um conceito que hoje é central para as revoluções da engenharia genética e da inteligência artificial (IA). Essas ideias, embora ainda pareçam ficção científica, levantam questões sobre as implicações desses avanços tecnológicos.

Assim, “Maniac”, de Benjamín Labatut, oferece uma visão detalhada e surpreendente da vida e do legado de John von Neumann, revelando não apenas suas contribuições científicas, mas também a complexidade de sua personalidade e seu impacto no mundo moderno.

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