Macron enfrenta pressão para nomear primeiro-ministro de direita em meio a cenário político fragmentado e instável na França

Em uma entrevista exclusiva concedida ao renomado jornal Le Figaro, o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy fez um pedido inusitado ao atual mandatário Emmanuel Macron. Na última sexta-feira, Sarkozy recomendou que Macron nomeasse um primeiro-ministro de direita, demonstrando assim seu apoio ao presidente regional Xavier Bertrand, que também está na mira do chefe de Estado.

Segundo fontes próximas ao presidente, a sugestão de Sarkozy visa avaliar a viabilidade das opções de Manuel Valls e de Xavier Bertrand em termos de estabilidade política. Além disso, há a possibilidade de surgirem outros nomes para ocupar o cargo tão importante de primeiro-ministro no governo francês.

O suspense em torno da escolha do novo chefe de governo ganhou ainda mais força nesta segunda-feira com o surgimento do nome de Thierry Beaudet, presidente do órgão consultivo do Conselho Econômico, Social e Ambiental (Cese). Vale ressaltar que Beaudet possui um perfil menos político, o que poderia trazer uma nova dinâmica à composição do governo.

Macron, que iniciou as consultas para a nomeação do primeiro-ministro no dia 23 de agosto, estabeleceu como critério fundamental a escolha de alguém que não fosse facilmente sujeito a moções de censura na Assembleia Nacional. Esse cuidado se deve ao fato de que o parlamento francês atualmente está dividido em três grandes blocos, nenhum dos quais detentor da maioria absoluta.

Diante desse cenário desafiador, a coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NPF) sugeriu a indicação da economista Lucie Castets para o cargo de primeiro-ministro. No entanto, Macron rejeitou a proposta sob a alegação de que ela poderia ser alvo de censura de forma rápida e drástica.

Assim, o processo de escolha do novo primeiro-ministro segue movimentado e repleto de especulações, evidenciando a complexidade da atual conjuntura política na França. A decisão final de Macron certamente terá repercussões significativas no equilíbrio de forças no governo e na condução das políticas públicas no país.

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