A declaração de Macron gerou repercussão tanto na União Europeia quanto no Brasil. De acordo com o comunicado, a UE compreendeu a posição francesa e instruiu os negociadores a encerrarem as negociações no Brasil. A decisão de Macron também foi abordada pelo Itamaraty, que, ao ser procurado, afirmou que o governo brasileiro não fará comentários oficiais sobre as declarações do presidente francês. No entanto, uma fonte diplomática ressaltou que as negociações não são conduzidas com países ou presidentes individuais, mas sim entre o Mercosul e a Comissão Europeia.
A atitude de Macron visa a defender os interesses da França e de outros países europeus, que têm expressado preocupações em relação aos aspectos ambientais e à proteção dos agricultores europeus no contexto do acordo com o Mercosul. A ênfase de Macron na impossibilidade de concluir o acordo reflete as tensões presentes nas negociações comerciais entre os blocos europeu e sul-americano.
A decisão de Macron também ocorre em meio a um contexto global complexo, com desafios econômicos, sociais e políticos em diversos países. Além disso, a pandemia de Covid-19 tem gerado impactos significativos na economia mundial, o que tem levado diversos líderes a adotarem posturas mais protecionistas em relação ao comércio internacional.
Diante desse cenário, a posição de Macron pode representar uma mudança na dinâmica das relações comerciais entre a União Europeia e o Mercosul. A incapacidade de concluir o acordo ressalta as dificuldades em conciliar os interesses divergentes dos diferentes membros desses blocos, bem como a complexidade das negociações comerciais em um contexto de intensa competição e preocupações ambientais crescentes.