O encontro aconteceu às margens da cúpula anual da União Africana, em Adis Abeba, na Etiópia, onde Lula também discursou como um dos líderes convidados de fora do continente. A reunião entre Lula e Shtayyeh durou cerca de uma hora, em uma das salas de conferência na sede da União Africana.
Shttayeh é o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, na Cisjordânia. No entanto, ele não tem influência sobre as decisões na Faixa de Gaza, que é controlada pelo Hamas, nem é o principal dirigente da Autoridade Palestina, cargo ocupado pelo presidente Mohammad Abbas — com quem Lula já manteve uma série de conversas.
É importante ressaltar que Lula também iria se encontrar com o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, mas acabou cancelando a sua ida a Adis Abeba e todos os compromissos que teria no âmbito da cúpula da União Africana.
Essa não foi a única situação problemática em relação aos encontros de Lula durante sua viagem. No dia anterior, o presidente teve três reuniões bilaterais canceladas, além da participação de um evento que acabou esvaziado pois líderes africanos foram convocados para discutir a escalada de conflito na região leste da República Democrática do Congo.
Durante sua estadia no continente, Lula demonstrou preocupação com a situação na Faixa de Gaza e realizou críticas a Israel, principalmente em relação à resposta considerada desproporcional após o ataque do grupo terrorista Hamas.
Ele enfatizou a necessidade de cessar-fogo e expressou sua posição em relação à busca pela paz na região. Além disso, o presidente também criticou a decisão de Israel de ampliar as operações militares na cidade de Rafah, no sul de Gaza, o que colocou em risco a vida de civis, incluindo mulheres e crianças que buscam fugir da zona de conflito.
Durante um discurso na sede da Liga Árabe, Lula ressaltou a urgência de parar com a violência e afirmou que o Brasil defende a necessidade de um Estado palestino com fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas, incluindo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, com Jerusalém Oriental como sua capital.
A viagem de Lula ao continente africano teve grande destaque devido à preocupação com a situação na Faixa de Gaza e às críticas realizadas em relação à condução do conflito por Israel.
