Lula sanciona lei do protocolo “Não é Não” em bares e boates, com exclusão de cultos religiosos, para proteger mulheres em eventos públicos.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, na última sexta-feira (29), a lei do protocolo do “Não é Não”, que tem como objetivo combater a violência e o assédio sexual, visando proteger as mulheres em eventos públicos. Esta lei prevê a proteção imediata das mulheres vítimas de assédio, exigindo que sejam prontamente protegidas pela equipe do local para que possam relatar o constrangimento ou a violência sofridos e sejam afastadas e protegidas do agressor.

A medida abrange situações de constrangimento e violência, definindo constrangimento como qualquer insistência, física ou verbal, sofrida pela mulher depois de manifestada a sua discordância com a interação, e violência como o uso da força que resulte em lesão, morte ou dano, de acordo com a legislação penal em vigor.

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Além disso, a aplicação do protocolo “Não é Não” requer o respeito ao relato da vítima, a preservação de sua dignidade, honra, intimidade e integridade física e psicológica, a celeridade no cumprimento da lei e a articulação de esforços públicos e privados para o enfrentamento do constrangimento e da violência contra a mulher. Os estabelecimentos são obrigados a assegurar que tenham pelo menos um funcionário qualificado para atender ao protocolo e a manter informações sobre a forma de acionar o “Não é Não” em local visível, bem como os números de telefone de contato da Polícia Militar e da Central de Atendimento à Mulher.

No entanto, um ponto que tem gerado polêmica é que esta lei não se aplica a cultos nem a outros eventos realizados em locais de natureza religiosa, o que gerou debates e discussões durante a tramitação da matéria. Durante a votação no plenário da Câmara dos Deputados, foram apensados vários projetos à proposta original da deputada Maria do Rosário. Com isso, a lei sofreu uma série de alterações, inclusive inspiradas na iniciativa espanhola chamada “No Callem”, e teve o dispositivo que exclui igrejas e templos religiosos do escopo da lei reintegrado.

Com isso, é evidente que a lei do protocolo “Não é Não” tem gerado debates políticos e sociais significativos, sendo um importante marco no combate à violência e ao assédio sexual contra as mulheres em espaços públicos, ao mesmo tempo que levanta questionamentos sobre a separação entre religião e Estado.

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