No entanto, o ex-presidente também criticou a resposta desproporcional de Israel, que resultou na morte de quase 30 mil palestinos em Gaza, a maioria mulheres e crianças, e no deslocamento forçado de mais de 80% da população. Lula ressaltou a importância da criação de um estado palestino livre e soberano, reconhecido como membro pleno das Nações Unidas, como a solução duradoura para a crise.
Além disso, Lula aproveitou o palco para pedir uma reforma no Conselho de Segurança da ONU, apontando a ineficiência do órgão para resolver conflitos, especialmente diante da situação na Ucrânia. O ex-presidente também defendeu a reforma das instituições multilaterais, que, segundo ele, deixaram de ajudar os países e passaram a sufocá-los.
Durante a cúpula, outras lideranças também expressaram apoio à causa palestina, incluindo o presidente da Comissão Africana, Moussa Faki Mahamat, que elogiou o posicionamento dos africanos em relação ao conflito e as investigações da Corte Internacional de Justiça sobre a denúncia de genocídio apresentada pela África do Sul contra Israel.
Além disso, o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh, fez um apelo pelo fim da colonização do território palestino, boicote a Israel e pela saída do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanhyahu, recebendo aplausos da plateia. Shtayyeh teve uma reunião bilateral com Lula para discutir o conflito, onde fez questão de dissociar-se do grupo Hamas, de acordo com fontes do governo brasileiro.
As declarações de Lula durante a cúpula africana geraram controvérsia e destacaram a preocupação com a situação no Oriente Médio. A postura do ex-presidente em relação ao conflito entre Israel e Palestina reflete a complexidade e sensibilidade das relações geopolíticas globais, e mostra a relevância do tema para a comunidade internacional.