Em uma entrevista ao canal do governo, Lula mencionou três vezes suas promessas para o próximo ano, misturando um balanço positivo de 2023 com um reconhecimento sutil das frustrações do eleitor. Ele comparou sua estratégia política às plantas frutíferas, afirmando que é preciso tempo para colher os frutos de seu trabalho.
Dentro do governo, a avaliação é de que a agenda internacional de Lula e a recuperação de programas sociais antigos, como o Bolsa Família, contribuíram para a estabilidade de seu terceiro mandato. No entanto, essas escolhas também limitaram sua popularidade, levando a uma percepção de marasmo por parte da população.
Para tentar reverter esse quadro, Lula pretende multiplicar os palanques para a inauguração de obras públicas em 2024. Ele deixou claro que está disposto a enfrentar um déficit nas contas públicas para evitar cortes nos investimentos e congelamento de gastos, principalmente nos programas sociais.
O presidente se reuniu com líderes da base aliada para fortalecer sua posição nessa direção. Lula pediu apoio a medidas que aumentem a arrecadação, mas indicou que manterá os gastos previstos para o próximo ano, mesmo que elas não sejam aprovadas.
Vale ressaltar que o centrão, grupo político com acesso privilegiado aos cofres do governo, provavelmente tem interesses alinhados com a preservação das despesas, pois isso protege o dinheiro destinado às suas bases eleitorais. Dessa forma, Lula pode dividir a conta do déficit com o centrão.
Com sua intensa agenda internacional e o foco na inauguração de obras públicas em 2024, Lula busca reverter a percepção de marasmo e impulsionar sua popularidade. Resta acompanhar como essas estratégias serão implementadas e se trarão os resultados esperados.