Lula ignora participação de mulheres e negros na política nacional em entrevista exclusiva ao UOL, enquanto ministra apresenta políticas no Fórum de Lisboa.

Em uma entrevista exclusiva ao UOL, o presidente Lula (PT) foi questionado sobre a presença feminina em seu governo e admitiu a baixa representatividade de mulheres e negros em seu mandato. Segundo o presidente, a falta de participação ativa desses grupos ao longo da história torna mais difícil encontrar mulheres e negros para determinados cargos políticos. No entanto, apesar de reconhecer essa desigualdade, Lula não mencionou o papel do racismo e do machismo como fatores estruturais que impedem o acesso equitativo de mulheres e negros à política.

Além disso, o presidente não destacou as ações efetivas de igualdade racial e de gênero em suas gestões passadas ou atuais para combater essa disparidade. Em contrapartida, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, apresentou no Fórum de Lisboa as iniciativas do Ministério no combate ao racismo e na promoção de direitos para a população negra. A ministra ressaltou a importância dessas políticas para garantir direitos e acesso à maioria da população brasileira.

Durante o evento, Anielle Franco também discutiu o Programa Juventude Viva, que visa combater a violência contra jovens negros no Brasil, especialmente aqueles residentes em periferias. O plano, relançado este ano com o nome Juventude Negra Viva, conta com investimentos de mais de R$500 milhões provenientes de diversos ministérios, abrangendo áreas como segurança pública, educação, saúde, cultura e meio ambiente.

A ministra destacou a importância do engajamento de diversos setores da sociedade e do governo para implementar com sucesso o plano, visando garantir a sobrevivência e o desenvolvimento da população jovem negra no Brasil. Além disso, Anielle reforçou a necessidade de persistência e articulação para superar as resistências e avançar nas políticas de inclusão e igualdade racial.

Em contraste com a postura do presidente Lula, que ainda não reconheceu plenamente a importância da representatividade de mulheres e negros na política, Anielle Franco e seu Ministério da Igualdade Racial seguem trabalhando ativamente para promover políticas públicas inclusivas e combater o racismo estrutural no Brasil.

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