Repórter São Paulo – SP – Brasil

Lula envia assessor para acompanhar eleições na Venezuela e tentar neutralizar avanço ditatorial na América Latina

Na última segunda-feira (22), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou que estava preocupado com as constantes críticas de Nicolás Maduro ao sistema eleitoral brasileiro. Diante dessa situação, anunciou que seu assessor especial para assuntos internacionais, Celso Amorim, irá viajar até a Venezuela para acompanhar de perto as eleições presidenciais que estão marcadas para acontecer no próximo domingo (28).

O que chama a atenção é a estratégia utilizada por Maduro, que é comum em governos autocráticos, de deslegitimar o processo eleitoral antes mesmo de seu desfecho, como forma de justificar um eventual revés. Essa tática tem sido cada vez mais recorrente na América Latina e o Brasil busca se posicionar de forma a neutralizar qualquer avanço ditatorial na região.

Além da presença de Amorim na Venezuela, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também irá enviar dois servidores com conhecimento técnico para atuarem como observadores das eleições. Essa prática é comum no cenário internacional, porém, na Venezuela, a presença de observadores estrangeiros não é bem-vinda pelas autoridades locais.

Os relatórios produzidos pelos técnicos a partir de suas observações têm grande importância para avaliar a confiabilidade do processo eleitoral. Organismos como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e diversos institutos que fiscalizam a transparência eleitoral na América Latina costumam desempenhar esse papel.

Caso haja qualquer indício de irregularidade, essas instituições não possuem o poder de deslegitimar as eleições de um país. No entanto, acusações de fraudes podem gerar repercussões negativas perante a comunidade internacional, levando o país a ser pressionado e até mesmo a sofrer um isolamento político.

Diante desse cenário, a coluna procurou ministros do TSE para comentar as declarações de Maduro, porém, a resposta foi uníssona: no momento, a melhor decisão é manter o silêncio. A situação política na América Latina segue sendo acompanhada com atenção, em meio aos desafios democráticos que alguns países da região enfrentam.

Sair da versão mobile