Lula determina apoio do governo para fortalecer pré-campanha de Boulos à prefeitura de São Paulo, contrapondo Nunes e Bolsonaro.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), decidiu fortalecer a pré-campanha do deputado federal Guilherme Boulos, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), para a prefeitura de São Paulo. O objetivo é dar protagonismo ao parlamentar e aumentar seu capital político ao destacar as iniciativas federais na cidade, opondo-se ao domínio do atual prefeito, Ricardo Nunes, do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que concorrerá à reeleição. A estratégia do Palácio do Planalto é considerada essencial pelos aliados de Boulos, uma vez que a expectativa é de que Nunes tenha o apoio do governador Tarcísio de Freitas, do Republicanos, e do ex-presidente Jair Bolsonaro, do Partido Liberal (PL).

Desde que recebeu a orientação de Lula para impulsionar a candidatura de Boulos, o deputado tem participado regularmente de eventos e reuniões de prestígio lideradas pelo ex-presidente e de compromissos com ministros em São Paulo. Boulos tem explorado amplamente essas parcerias com o governo federal em suas redes sociais. Por exemplo, em 24 de agosto, ele foi o único convidado do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, em uma apresentação do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Durante o encontro, o ministro tratou Boulos como o “futuro prefeito” da cidade na frente dos empresários presentes.

Outro ministro que tem dado suporte à pré-campanha do parlamentar é o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que é paulistano. Padilha tem aproveitado encontros políticos para mobilizar membros do PT e reafirmar seu apoio ao deputado do PSOL. Em um desses eventos, ele afirmou que, com Lula como presidente e Boulos em São Paulo, os habitantes da cidade poderão “sonhar novamente com o programa Minha Casa, Minha Vida”.

Boulos também tem ganhado destaque ao acompanhar ações do Ministério da Saúde, como a expansão da área de oncologia do hospital Santa Marcelina em Itaquera, na zona leste, e a construção de um hospital em Santo Amaro, na zona sul da capital. Ele foi recebido por Nísia Trindade para discutir esses assuntos. Além disso, Boulos tem liderado a criação de institutos federais nas regiões periféricas de Jardim Ângela e Cidade Tiradentes.

O pré-candidato do PSOL também está envolvido na discussão sobre a criação de uma linha de crédito do BNDES para empresas que produzam ônibus elétricos no Brasil. Essa questão se tornará um tema relevante na próxima eleição municipal em São Paulo, que está cada vez mais focada na eletrificação da frota de transporte público. Boulos, junto com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, tem participado dessas discussões.

Além das ações dos ministérios voltadas para São Paulo, Boulos também assumirá a coordenação de uma mesa de diálogo estabelecida pelo Ministério dos Direitos Humanos, com o objetivo de elaborar um plano de ação para a população de rua. Boulos destacou a importância do apoio de Lula para construir uma campanha bem-sucedida em São Paulo, cidade onde o ex-presidente superou Bolsonaro nas eleições presidenciais.

O PT não terá um candidato próprio na principal capital do país pela primeira vez em sua história. Esse compromisso foi feito em 2022, quando Boulos abriu mão de concorrer ao governo de São Paulo em apoio à candidatura de Fernando Haddad, que atualmente é ministro da Fazenda. Desde então, Lula tem trabalhado pessoalmente para impedir qualquer movimento de lançamento de uma candidatura própria do PT em São Paulo, afirmando que Boulos é o único nome viável para o partido. O ex-presidente também se comprometeu a participar de agendas de campanha ao lado do deputado do PSOL.

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