Lula destacou que desde a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP) em Copenhague, os países ricos deveriam destinar US$ 100 bilhões por ano em financiamento climático novo e adicional aos países em desenvolvimento, porém essa promessa nunca foi cumprida. Ele apontou para a missão espacial indiana que pousou na Lua na semana anterior e para o astronauta russo Yuri Gagárin, fazendo referência aos anfitriões do evento, a Índia e a Rússia, respectivamente.
O presidente ressaltou que recursos não são um problema, uma vez que o mundo gastou US$ 2,24 trilhões em armas no ano passado, dinheiro que poderia ter sido direcionado para o desenvolvimento sustentável e ação climática. No evento, Lula esteve acompanhado pela primeira-dama Janja Lula da Silva, uma das poucas primeiras-damas presentes.
O governo brasileiro se opõe à tendência dos países ricos de concentrar o financiamento em nações muito pobres ou ilhas que sofrem mais com as mudanças climáticas. Eles defendem que parte dos recursos seja destinada a países emergentes e de renda média, como o Brasil, e que o financiamento também beneficie medidas de estímulo ao desenvolvimento, não se restringindo apenas à mitigação do aquecimento global.
Lula expressou a vontade de chegar à COP 30, em 2025, com uma agenda climática equilibrada entre mitigação, adaptação, perdas e danos e financiamento, garantindo a sustentabilidade do planeta e a dignidade das pessoas. Além disso, ele mencionou avanços na política ambiental brasileira, como a redução de 48% no desmatamento em relação ao mesmo período do ano passado.
Como presidente do G20, o Brasil propôs a criação de uma força-tarefa para a mobilização global contra as mudanças climáticas. Durante a abertura da cúpula, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, anunciou que a União Africana se tornará membro do G20. Essa entrada era apoiada pelo Brasil, que também criticou o peso excessivo de países europeus no grupo.
Na cúpula, apenas os discursos do primeiro-ministro indiano serão transmitidos, e na cidade é possível ver outdoors e placas com a foto de Modi e lemas do seu governo. A oposição indiana acusa o líder do partido BJP de utilizar o G20 para fazer campanha eleitoral, já que o país terá eleições gerais no próximo ano.