Linha 17-Ouro do Monotrilho de SP completa uma década de atrasos e dificuldades em sua construção

A linha 17-ouro do monotrilho de São Paulo completará uma década de atrasos em sua previsão de entrega para a Copa do Mundo de 2014. O projeto prometia ser mais rápido do que uma linha convencional de metrô, mas continua em andamento após uma série de dificuldades que incluem rompimento de contratos, construtoras envolvidas na Lava Jato e a pandemia de Covid-19.

No entanto, apesar de o governo estadual garantir que as obras estão em andamento, a atual situação da linha 17-ouro é de abandono, com trilhos suspensos atravessados por árvores que cresceram acima da sua altura ao longo da avenida Roberto Marinho, na zona sul da capital. Especialistas apontam que os maiores problemas da linha se devem ao modal escolhido e aos termos do contrato.

O consultor em transportes Flamínio Fichmann afirma que a escolha do monotrilho para o projeto foi um erro político de grande impacto visual, custoso e demorado comparado a outras opções mais viáveis. Além disso, o engenheiro Peter Alouche destaca a falta de debate público e sincero na adoção da tecnologia do monotrilho para as linhas 15, 17 e 18, sendo que apenas a 15-prata está em operação atualmente.

Outras dificuldades enfrentadas na construção da linha 17-ouro incluem a desistência da fornecedora de trens, a empresa malasiana Scomi, em 2019, e o impacto da pandemia de Covid-19 nas cadeias de fornecimento em todo o mundo. Além disso, o consórcio Monotrilho Integração foi retirado da obra e multado em R$ 88 milhões, e o segundo consórcio, o Monotrilho Ouro, teve o contrato rompido unilateralmente no ano passado.

Atualmente, a previsão é de que a linha 17-ouro seja inaugurada somente em 2026, com longos e imprevisíveis testes de funcionamento nos primeiros meses. O Consórcio Monotrilho Ouro foi multado em R$ 275 milhões. Os ex-secretários dos Transportes Metropolitanos durante a gestão de Geraldo Alckmin afirmaram que todos os esforços foram empenhados para executar as obras, mas que elas foram prejudicadas pela investigação das empresas contratadas pela Operação Lava-Jato.

Diante das dificuldades enfrentadas, o governador João Doria e sua gestão se recusaram a comentar o assunto. A gestão de Tarcísio de Freitas informou que retomou as obras das estações, via e pátio da linha 17-ouro e que a vegetação que atravessa a via dos trens será cortada em outra etapa da obra. Além disso, a empresa está fabricando os trens, com previsão da chegada da primeira unidade ainda este ano. Assim, a linha 17-ouro do monotrilho de São Paulo continua enfrentando desafios para sua conclusão e operação.

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