Desde então, as autoridades têm trabalhado para identificar e capturar os responsáveis pelo crime. Até o momento, três suspeitos foram presos, mas dois acusados continuam foragidos: Josevan Dionisio dos Santos e Ydney Carlos dos Santos de Jesus. A falta de localização dos fugitivos levou o Ministério Público a desmembrar a ação penal, visando levar os indivíduos capturados a julgamento.
De acordo com a acusação do MP, a morte de Mãe Bernadete ocorreu em decorrência de sua atuação na região. A líder quilombola se posicionava veementemente contra a expansão do tráfico de drogas e a construção do ‘Point Pitanga City’, uma barraca localizada nas proximidades do quilombo.
A Justiça considerou as provas apresentadas pelo Ministério Público suficientes para identificar a autoria do crime e encaminhar os acusados a júri popular. Testemunhas ouvidas durante o processo relataram que a vítima era reconhecida por sua luta em prol do assentamento, do reconhecimento do quilombo e pelo combate à exploração ilegal de madeira e tráfico de drogas na região.
Mãe Bernadete já recebia ameaças e fazia parte de um programa de proteção a defensores de direitos humanos do Governo baiano. A polícia realizava visitas periódicas à localidade, mas não estabelecia uma vigilância constante, o que pode ter contribuído para a tragédia que culminou em sua morte. As investigações continuam em andamento para elucidar completamente o caso e garantir que a justiça seja feita em memória da líder quilombola.