Raimundo liderou a associação do Quilombo Santa Cruz por muitos anos, lutando contra loteamentos ilegais, articulando projetos e auxiliando na certificação de outros quilombos da região. Seu empenho em garantir a regularização das terras e promover o desenvolvimento sustentável do local era admirado por todos. Além disso, ele era um defensor ferrenho da preservação das matas virgens e da fauna silvestre, combatendo o desmatamento e a caça predatória.
Nascido em Caxias, Raimundo foi criado por pais adotivos em Coroatá, onde trabalhava na roça desde cedo. Sua vida mudou ao chegar ao Quilombo Santa Cruz, onde construiu sua família e dedicou-se integralmente à comunidade. Apesar de ter perdido um braço em um acidente de trabalho, Raimundo nunca perdeu sua força de vontade e continuou trabalhando como lavrador até os seus últimos dias.
O legado de Raimundo Bertoldo Cearense permanecerá vivo na memória de sua esposa, filhos, netos e bisnetos, que agora enfrentam o desafio de seguir em frente sem a presença física do querido líder quilombola. O crime que tirou a vida de Raimundo chocou a população e levantou questionamentos sobre a segurança das lideranças comunitárias que lutam pelos direitos e interesses das comunidades tradicionais.
A morte de Raimundo Bertoldo Cearense representa uma perda irreparável para o Quilombo Santa Cruz e para todos aqueles que admiravam seu trabalho e dedicação. A comunidade quilombola agora busca justiça e espera que o legado de luta e resistência de Raimundo seja preservado e honrado.
