Líder miliciano mais procurado do Rio se entrega à Polícia Federal véspera de Natal, após 12 mandados e dois anos foragido.

Luiz Antonio da Silva Braga, um dos principais líderes da milícia no estado do Rio de Janeiro, conhecido como Zinho, finalmente se entregou à Polícia Federal (PF) na véspera de Natal, no domingo, dia 24. O criminoso estava foragido desde 2018, e sua rendição marca o desfecho de uma caçada intensa feita pelas autoridades.

Segundo a PF, Zinho possuía ao menos 12 mandados de prisão em seu nome, o que ressalta a importância de sua prisão para o combate às organizações criminosas no estado do Rio de Janeiro. A captura do criminoso se deu após negociações entre os patronos do miliciano foragido, a Polícia Federal e a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro. Zinho se apresentou na Superintendência Regional da PF no Rio para cumprir as formalidades decorrentes da prisão, e em seguida, foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal (IML) e ao sistema prisional do Estado.

Conforme as autoridades, Zinho era conhecido por dominar a zona oeste da capital fluminense, onde lucrou com a prestação de serviços clandestinos e ilegais, incluindo a venda irregular de sinais de TV a cabo, licenças para serviços de transporte, venda de gás e cobrança de taxas de segurança dos pequenos comerciantes. Ele ascendeu à liderança do grupo miliciano da região há dois anos, sucedendo seu irmão, Wellington da Silva Braga, o Ecko, após sua morte. Mesmo sem formação militar, foi admitido na milícia por sua habilidade com as contas, sendo responsável por contabilizar e lavar o dinheiro oriundo das atividades ilícitas do grupo.

A morte de Zinho intensificou as ações do grupo miliciano, que realizaram uma série de ataques, incluindo incêndios em ao menos 35 veículos na zona oeste do Rio de Janeiro. Além disso, seu sobrinho e braço direito, Matheus da Silva Rezende, conhecido como Faustão ou Teteu, foi morto durante um confronto com policiais.

Tal é a importância de sua prisão que o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), enalteceu os policiais que participaram da operação, declarando que ações de asfixia ao crime organizado têm trazido resultados diários. Essa considerável ação repercutiu até mesmo no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que expressou sua preocupação com a situação do combate ao crime organizado no Brasil.

Zinho e Matheus haviam sido denunciados pelo Ministério Público do Rio por homicídio em 2022. Sua prisão, juntamente com o recém-anunciado reforço nas operações de garantia da lei e da ordem, é um indicativo de que o combate ao crime organizado permanece uma prioridade para as autoridades governamentais.

Apesar da prisão de Zinho, um dos milicianos mais próximos a ele, Peterson Luiz de Almeida, conhecido como Pet ou Flamengo, foi solto da prisão, apesar de ter um mandado de prisão decretado pela Justiça. Estes desdobramentos evidenciam a complexidade e a realidade enfrentada pelas autoridades na luta contra o crime organizado. A sociedade aguarda, agora, por desdobramentos futuros no caso de Zinho e seus comparsas.

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