Líder aristocrata e ex-deputada do AfD são acusados de conspirar para derrubar governo alemão em golpe armado.

As autoridades alemãs estão investigando um grupo extremista conhecido como Reichsbürger, que planejava invadir a Câmara Baixa do Parlamento alemão (Bundestag), prender os deputados e derrubar o sistema democrático do país. Segundo o Ministério Público Federal, o grupo, que rejeita as instituições do Estado e a ordem constitucional democrática livre, estava se preparando para a invasão desde agosto de 2021.

O suposto líder do grupo é o autointitulado “príncipe” Heinrich 13º Reuss, descendente de uma linhagem aristocrata do estado da Turíngia, que teria tentado negociar um tratado de paz com as potências aliadas que venceram a Segunda Guerra Mundial, caso o golpe fosse bem-sucedido. Além disso, o grupo teria tentado recrutar soldados e policiais e elaborado listas de inimigos, mostrando-se ciente de que os planos poderiam resultar em mortes.

Entre os membros do grupo, também estava Birgit Malsack-Winkemann, juíza e ex-deputada do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), que teria dado aos conspiradores acesso a edifícios parlamentares. Outro membro identificado é Rüdiger von P., um ex-comandante de paraquedistas de 69 anos. Segundo as investigações, ele teria sido expulso do exército devido à venda não autorizada de armas dos estoques do antigo exército da Alemanha Oriental.

As autoridades destacam que o número crescente de membros do Reichsbürger tem alarmado as autoridades de segurança alemãs, com cerca de 23 mil seguidores no ano passado, sendo 2,3 mil considerados orientados para a violência. Em dezembro do ano passado, o Ministério Público Federal prendeu 25 mulheres e homens em vários estados federais, Áustria e Itália, e desde então o círculo de suspeitos cresce constantemente à medida que a investigação avança.

De acordo com informações da imprensa alemã, Rüdiger von P. costuma passar parte do seu tempo no Brasil, onde possui empresas registradas em seu nome em Santa Catarina e atua como representante comercial de companhias de energia. A BBC noticiou que os membros do grupo teriam sido obrigados a assinar uma declaração de sigilo para participar do grupo golpista, sob a ameaça de execução por alta traição em caso de não cumprimento das regras. Além disso, os conspiradores teriam tido acesso a cerca de 380 armas de fogo e 148 mil cartuchos de munição.

O Ministério Público Federal ressalta que o grupo representa uma ameaça à ordem constitucional democrática da Alemanha, e as autoridades continuam investigando e monitorando o grupo em busca de garantir a segurança no país.

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