Leonardo Padura denuncia Cuba como uma ‘distopia’ em entrevista à AFP e revela preferência por permanecer no país de suas referências culturais

Em uma entrevista exclusiva à AFP, o renomado escritor cubano Leonardo Padura fez uma análise crítica da realidade de seu país, descrevendo-a como uma “distopia”, ou seja, um mundo imaginário onde parece que nada muda e nada funciona. No entanto, Padura ressaltou que, apesar dessa situação aparentemente estática, a sociedade cubana está passando por muitas mudanças.

Autor de obras aclamadas como “O homem que amava os cães”, Padura está atualmente participando do festival literário ‘Centroamérica Cuenta’ no Panamá. Questionado sobre sua escolha de permanecer em Cuba, o escritor enfatizou a importância das suas raízes culturais e referências pessoais que estão enraizadas no país caribenho.

Aos 68 anos de idade, Padura demonstrou preocupação em relação à visibilidade de sua obra dentro de Cuba, mencionando que seus livros são praticamente “invisíveis” nos canais oficiais. No entanto, o escritor ressaltou que o aspecto mais significativo para ele é garantir que seus escritos sejam acessíveis e apreciados pelo povo cubano, independentemente das barreiras impostas pelo governo.

Com uma carreira literária consagrada internacionalmente, Padura é conhecido por abordar temas complexos e controversos, que muitas vezes refletem a realidade política e social de Cuba. Sua visão crítica sobre a situação do país e sua abordagem perspicaz da vida cotidiana têm garantido a ele um lugar de destaque no cenário literário contemporâneo.

Diante das transformações e desafios enfrentados por Cuba, Leonardo Padura se destaca como uma voz crítica e autêntica, cujas reflexões sobre a sociedade cubana ecoam não só nacionalmente, mas também internacionalmente, contribuindo para um debate enriquecedor sobre o futuro da ilha caribenha.