A análise das contradições do capitalismo na Rússia feita por Lênin, em seus escritos, permitiu que ele compreendesse o caráter proletário do campesinato no Império Czarista. A partir dessa compreensão, Lênin defendeu a aliança operário-camponesa contra o czarismo e os capitalistas, o que resultou na necessidade de uma revolução socialista mesmo em um país “atrasado”. Isso desafiou as visões populistas e liberais sobre a revolução, demonstrando a grande capacidade teórica e prática de Lênin.
Além disso, no exílio na Suíça, Lênin assistiu à capitulação dos social-democratas ao belicismo em 1914, o que o levou a escrever o importante texto “Imperialismo, fase superior do capitalismo”. Este trabalho proporcionou uma compreensão clara do avanço do capital financeiro e das empresas monopolistas, bem como dos conflitos intercapitalistas e inter-imperialistas. A partir disso, Lênin enfatizou os direitos das nações à autodeterminação, o que influenciou a formação de uma posição anticolonialista que atraiu os habitantes das colônias.
A teoria leninista do imperialismo também trouxe à tona questões de desenvolvimento desigual do capitalismo em escala global e o uso da força para manter essa desigualdade. Sua determinação anticolonial se mostrou influente e uniu povos colonizados, que se sentiram representados e fortalecidos por suas ideias.
Por fim, Lênin desenvolveu também seu entendimento sobre o partido revolucionário, destacando a importância da atividade contínua e do contato orgânico com a classe trabalhadora. Esses elementos prepararam o caminho para os bolcheviques e Lênin durante as lutas de 1917.
Dessa forma, o legado teórico e prático de Lênin permanece relevante e influente, refletindo-se em questões atuais relacionadas à desigualdade global e à luta anticolonialista, além de trazer questionamentos importantes sobre a estrutura e a atuação das esquerdas em escala global.
