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Laudo pericial aponta ausência de apalpação nos seios de Isa Penna, acusada por Fernando Cury

Um laudo pericial realizado pelo Instituto de Criminalística da Polícia Científica de São Paulo concluiu que não é possível afirmar com certeza se houve apalpação dos seios da ex-deputada Isa Penna pelo ex-deputado Fernando Cury. O documento, assinado pela perita criminal Vilma Soares, destaca que é possível observar o contato da mão direita de Cury com a parte lateral superior direita do corpo de Isa, na altura das costelas.

A perícia foi solicitada pela defesa de Cury e determinada pela juíza Danielle da Silva, da 18ª Vara Criminal de São Paulo, no processo em que o ex-deputado é acusado de importunação sexual pelo Ministério Público de São Paulo. As imagens do plenário da Assembleia Legislativa foram analisadas para a elaboração do laudo.

Segundo o laudo, o toque de Cury em Isa durou três segundos, e a reação da ex-deputada foi imediata, afastando-se rapidamente dele e protestando contra a atitude. A defesa de Isa destaca que o laudo comprova que houve o toque e a reação da então deputada.

Porém, o advogado de Cury afirma que o laudo prova que não houve nenhum ato que configure o crime de importunação sexual. Isa ressalta que a importunação sexual pode ocorrer de diversas maneiras, não apenas por meio do toque físico, e o que caracteriza o assédio é o constrangimento sexual.

O episódio em que Cury apalpou Isa ocorreu em dezembro de 2020, durante uma sessão plenária da Assembleia Legislativa. Cury foi afastado do mandato por seis meses e posteriormente expulso de seu partido, o Cidadania. Em dezembro de 2021, a denúncia contra Cury foi aceita por unanimidade pelo Órgão Especial do Tribunal de Justiça de São Paulo.

A ação penal está em sua reta final, com a vítima Isa, testemunhas e o réu Cury já tendo prestado depoimento. Agora, as partes têm um prazo de dez dias para apresentar suas alegações finais, após o qual a juíza deve definir a sentença.

A defesa de Cury questionou o laudo do Instituto de Criminalística, enviando perguntas para contestar a acusação de Isa. O laudo concluiu que não é possível determinar com convicção se houve o ato de “encoxar” e não é possível observar se houve contato com pressão na mão por meio das imagens analisadas.

O processo foi remetido para a primeira instância em abril de 2022, uma vez que Cury não foi reeleito e perdeu seu mandato de deputado estadual. A primeira audiência ocorreu após dois anos e meio dos fatos, devido às dificuldades para notificar Cury a apresentar sua defesa prévia. A tentativa do Tribunal de Justiça de localizar o ex-deputado durou meses e só foi encerrada por meio de mensagem de WhatsApp.

Agora, resta aguardar a definição da sentença pela juíza responsável pelo caso.

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