Repórter São Paulo – SP – Brasil

Lançamento da nota de R$ 200 é criticado por entidades e acaba impulsionando roubos a bancos e carros-fortes.

Em agosto de 2020, durante o segundo ano do governo de Jair Bolsonaro, foi anunciado o lançamento da nova nota de R$ 200, estampada pelo lobo guará. No entanto, a decisão foi alvo de críticas e preocupações por parte de organizações ligadas à transparência e combate à corrupção.

Instituto Não Aceito Corrupção, a Transparência Partidária e outros oito grupos assinaram um manifesto pedindo que o Banco Central revisasse a decisão de lançar a nota de R$ 200. O grupo argumentava que a criação da nova cédula facilitaria atividades criminosas, principalmente a corrupção, o tráfico de drogas, tráfico de armas, entre outros crimes. Além disso, alertaram que a nota de R$ 200 prejudicaria a detecção de transações financeiras envolvidas em atividades ilícitas.

As organizações também destacaram pesquisas que revelavam a relação da população brasileira com o dinheiro em papel. Um relatório, divulgado pelo Banco Central em 2018, apontou que a maioria da população brasileira porta menos de R$ 100 em dinheiro vivo. Outra pesquisa realizada pelo Plano CDE indicou que a maioria dos entrevistados preferia notas menores que R$ 200 para saques e acreditava que a nova cédula poderia dificultar o troco.

Adicionalmente, o grupo criticou a falta de transparência e democracia no processo de lançamento da nota, observando que a tendência internacional era a retirada de circulação de notas de alto valor. Por exemplo, o Banco Central Europeu havia retirado de circulação a nota de 500 euros.

Além disso, as entidades alertaram que a nova cédula poderia facilitar a vida dos criminosos, incluindo assaltantes de bancos e carros-fortes, devido ao peso menor da nota, o que incentivaria esse tipo de crime.

Passados mais de três anos desde o lançamento da nota de R$ 200, a cédula não obteve grande circulação. Dados do Banco Central indicam que apenas 132 milhões de cédulas de R$ 200 estão em circulação, representando uma quantidade significativamente menor em comparação com as notas de R$ 50 e R$ 100.

Por fim, a criação da nova cédula de R$ 200 gerou preocupações não apenas em relação à segurança financeira do país, mas também em relação ao aumento dos índices de criminalidade, especialmente em roubos a bancos e carros-fortes. A falta de transparência, planejamento e avaliação adequada dos impactos da nova cédula gerou críticas e questionamentos sobre a priorização do interesse público nessa decisão.

Em suma, a discussão em torno da nota de R$ 200 destaca a importância de avaliações criteriosas e transparentes antes de decisões de grande impacto na sociedade e economia. A preocupação em relação à notas de alto valor não se limita apenas ao Brasil, mas é um tema global que desperta reflexões sobre políticas monetárias e combate à corrupção.

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