Esses números alarmantes evidenciam um problema estrutural que desafia as autoridades a evitar que novas gerações sejam cooptadas pelo crime organizado e se tornem vítimas de uma violência letal. Homens negros são a maioria das vítimas, muitas vezes aliciados pelo mundo do crime devido à falta de oportunidades no mercado de trabalho e à evasão escolar.
O relatório também aponta que a violência letal entre jovens, principalmente por arma de fogo, não está mais restrita às grandes capitais. Grupos criminosos como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho têm expandido suas atividades para cidades do interior, onde os jovens são recrutados para funções ilegais.
Estados como Piauí, Bahia e Amazonas tiveram altas significativas na taxa de homicídios de jovens, enquanto Distrito Federal, São Paulo e Goiás apresentaram reduções. A vitimização de pessoas negras corresponde a cerca de 76,5% do total de homicídios registrados no país, com taxas muito superiores às de pessoas não negras.
A perda de anos potenciais de vida devido aos homicídios de jovens entre 2012 e 2022 foi alarmante, totalizando mais de 15,2 milhões de anos. A violência armada, em especial causada por armas de fogo, é um dos principais fatores que contribuem para essa perda prematura de vidas.
Diante desse cenário preocupante, a necessidade de políticas públicas mais eficazes e focadas na prevenção da violência se torna evidente. A educação, o acesso ao mercado de trabalho e a inclusão social são medidas essenciais para combater a cooptação de jovens pelo crime e reduzir os índices de homicídios no país.