Zinho está atualmente isolado numa ala do presídio de segurança máxima Laércio da Costa Pellegrino, Bangu 1, no Complexo de Gericinó, na zona oeste do Rio. A Secretaria Estadual de Administração Penitenciária e a Secretaria Nacional de Políticas Penais ainda vão definir o novo local e a data da transferência.
A decisão da 2ª Vara Criminal da Capital atendeu ao pedido da promotora de Justiça Simone Sibilio, que justificou que o miliciano é considerado de alta periculosidade e tem importância no esclarecimento de crimes em diversos processos sigilosos.
“Tudo isso já aponta para o grave e concreto risco que a permanência do referido réu em solo fluminense representa à continuidade das políticas de segurança pública em desenvolvimento no Estado”, escreveu a magistrada em sua decisão.
Além de Zinho, o também miliciano Marcelo de Luna Silva, o Boquinha, também irá para um presídio federal, conforme determinado pela juíza Simone Sibilio, que também determinou a inclusão dos réus em regime disciplinar diferenciado.
A advogada de Zinho, Leonella Viera, não respondeu à reportagem até a publicação do texto. A defesa de Marcelo Luna da Silva não foi localizada.
Às vésperas do Natal do ano passado, Zinho se entregou à Polícia Federal, após negociação entre a sua defesa e os investigadores. Ele era procurado desde 2018, quando foi denunciado por lavar o dinheiro das extorsões praticadas por milicianos na zona oeste da cidade.
O miliciano também era procurado por suspeita de mandar matar o ex-vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, e ter tentáculos na política e segurança pública.
Uma das investigadas por suspeita de vínculo com a quadrilha de Zinho é a deputada estadual Lucinha (PSD-RJ), que ficou afastada da Assembleia Legislativa do Rio de dezembro até a última terça-feira.
A parlamentar foi alvo de uma investigação do Ministério Público do Rio e da Polícia Federal que apontavam a participação efetiva dela em favor do grupo criminoso comandado por Zinho. Lucinha nega a participação.
Ao todo, Luis Antonio da Silva Braga tem 12 mandados de prisão pendentes por crimes relacionados à organização, que desde 2010 era liderada por sua família, conhecida como Família Braga. Sua advogada nega as acusações.
De acordo com as investigações, Zinho seria o terceiro líder da família a assumir o cargo de comando da milícia responsável pelos ataques a ônibus e trem na zona oeste carioca em outubro. A quadrilha domina grande parte da região.