O Ministério Público Federal solicitou a nova perícia, que será conduzida pela Polícia Federal, e também incluirá a análise do fragmento de bala que atingiu Heloisa e do veículo em que ela estava com sua família. O pedido foi feito pelo procurador da República Eduardo Benones, coordenador do Núcleo do Controle Externo da Atividade Policial do MPF-RJ, com o argumento de que o julgamento do caso é de competência da Justiça Federal.
Essa nova perícia busca evitar possíveis alegações de nulidade dos exames já realizados pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, de acordo com o Ministério Público Federal. No momento em que a criança foi atingida pelos disparos, ela estava com sua família a caminho de casa, em Petrópolis, região serrana do Rio.
Segundo relatos de testemunhas, uma viatura da Polícia Rodoviária Federal começou a seguir o carro da família na altura de Seropédica e os policiais abriram fogo após o pai da criança, William Silva, dar sinal de parada. Os três policiais envolvidos no incidente foram afastados de suas funções e a Justiça Federal determinou que eles sejam submetidos a monitoramento eletrônico e recolhimento domiciliar, sendo proibidos de se aproximar do veículo Peugeot 207 atingido no episódio e de manter contato com qualquer uma das vítimas envolvidas na ação policial. O recolhimento deve ocorrer no período noturno e nos dias de folga dos agentes.
A Polícia Rodoviária Federal se pronunciou sobre o caso, através da responsável pela área temática dos direitos humanos da corporação, Liamara Cararo Pires. Ela afirmou que a morte de Heloisa vai contra as diretrizes da PRF e que os resultados não foram os esperados nem desejados.
Com a realização dessa nova perícia determinada pela Justiça Federal, espera-se esclarecer os detalhes do incidente que resultou na morte da criança e garantir que todos os procedimentos sejam conduzidos de acordo com a legislação, evitando assim qualquer alegação de prejuízo às investigações.
