A disputa entre as empresas teve início em fevereiro do ano passado, quando foi realizada uma operação de busca e apreensão nos escritórios da Suno em São Paulo, Porto Alegre e Goiânia. A Hectare acusa a Suno de ter feito uma campanha difamatória para mover cotistas do HCTR11, fundo administrado pela gestora, para o Suno Recebíveis Imobiliários (SNCI11) em 2022.
A Suno negou as acusações, afirmando que produziu relatórios fundamentados assinados por seus analistas, apontando problemas na operação da Hectare. Documentos da investigação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) no ano passado, no entanto, apontaram evidências de que a Suno agiu para prejudicar a Hectare.
Segundo a comissão, houve uma troca de mensagens em que Tiago Reis criticou a Hectare em seus perfis nas redes sociais e a cotação do fundo imobiliário oscilou de forma atípica logo em seguida. A Suno, por sua vez, afirmou que sempre prestou todos os esclarecimentos solicitados pelas autoridades e que tem cooperado com as apurações. A empresa ressaltou que seu trabalho de análise independente tem como maior beneficiário o investidor individual, ajudando-o a fazer melhores escolhas e a evitar ofertas de investimento cujos eventuais riscos envolvidos possam não estar claros.
A Hectare se recusou a comentar o caso. Porém, um dos desdobramentos mais recentes foi a determinação judicial para que Tiago Reis e Felipe Tadewald entreguem celulares e computadores, uma medida que pode ter implicações significativas no desenrolar do caso.
As investigações e a disputa entre as empresas prometem continuar trazendo novos desdobramentos nos próximos dias, mantendo um cenário de tensão no mercado de fundos imobiliários. A complexidade do caso e a variedade de interesses envolvidos adicionam ainda mais incerteza sobre qual será o desfecho dessa polêmica que continua a aprofundar a disputa entre as duas empresas.
