Justiça condena artesão pela morte de cinegrafista em manifestação após julgamento de 10 anos no Rio de Janeiro.

Artesão é condenado pela morte de cinegrafista após quase dez anos

A Justiça do Rio de Janeiro condenou Caio Silva de Souza, um dos acusados pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, a 12 anos de prisão em regime inicialmente fechado. Ele foi condenado por lesão corporal seguida de morte. Por outro lado, o tatuador Fábio Raposo Barbosa foi absolvido pelo Conselho de Sentença do 3º Tribunal do Júri do Rio. Caio poderá recorrer em liberdade. O julgamento ocorreu quase dez anos após a morte e terminou na madrugada desta quarta-feira (13), após uma sessão de julgamento que durou quase 12 horas.

O crime ocorreu em fevereiro de 2014, durante uma manifestação no Rio de Janeiro. Santiago foi atingido por um rojão na cabeça enquanto fazia a cobertura para a TV Bandeirantes. Os acusados foram denunciados por homicídio triplamente qualificado e pelo crime autônomo de explosão. No entanto, os jurados concluíram que não existiu a intenção de matar a vítima, o que levou à desclassificação do crime.

A juíza que presidiu o julgamento concluiu que a competência para julgar Caio, que foi quem acendeu o rojão, seria por lesão corporal seguida de morte. O júri foi composto por cinco homens e duas mulheres, e cinco testemunhas, sendo três de acusação e duas de defesa, prestaram depoimento durante o julgamento.

Fabio Raposo Barbosa, o outro acusado, afirmou em seu depoimento que era um frequentador das manifestações e protestava contra o governo. Ele alegou ter pegado o rojão por “curiosidade”, sem saber do que se tratava, e relatou não ter visto o momento em que Caio acendeu o explosivo e nem quando atingiu Santiago. Já Caio declarou sentir culpa pela morte de Santiago, afirmando que carrega o peso da responsabilidade todos os dias.

O artesão também afirmou que, se soubesse o que o explosivo poderia causar, jamais teria pegado o rojão. Ele alegou que acreditava que a morte do cinegrafista havia sido causada por bombas jogadas pela Polícia Militar. Os réus se conheciam de vista e se encontraram no dia da manifestação, segundo o depoimento de Caio. Após acender e colocar o artefato no chão, Caio teria deixado o local.

Após o julgamento, a defesa de Caio anunciou que irá recorrer da decisão.

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