Justiça britânica estima risco de deportação para estrangeiros e número de imigrantes indocumentados cai no Reino Unido, mas perigosa travessia continua.

Governo britânico pretende deportar imigrantes para países considerados inseguros

Apesar da atuação política do governo conservador, a Justiça britânica alerta para o risco de deportação de estrangeiros de volta para países de origem considerados inseguros. Entre esses estrangeiros, estão aqueles que fugiram devido a motivos como guerras, perseguição política, racial, religiosa ou de gênero. A Suprema Corte britânica, em seu parecer no ano passado, chegou a destacar a crítica do governo ao país de Ruanda devido a assassinatos extrajudiciais, torturas e mortes em custódia, além de casos em que a polícia abriu fogo contra refugiados.

A intenção do governo é ignorar a decisão da Suprema Corte e aprovar uma nova lei que classifica Ruanda como um país seguro, apesar de discordâncias por parte de órgãos internacionais, como a ONU e a Corte Europeia de Direitos Humanos. Essa medida levanta preocupações sobre a violação de leis internacionais por parte do Reino Unido.

Além disso, a travessia no Canal da Mancha tem sido um desafio perigoso para muitos imigrantes. Apesar de um acordo entre Reino Unido e Albânia que contribuiu para a redução do número de imigrantes indocumentados no país, quase 30 mil migrantes conseguiram atravessar o Canal da Mancha em barcos, mesmo com os riscos envolvidos nessa perigosa travessia.

A maioria desses migrantes é originária de países em guerra ou sob regime ditatorial, como Síria, Afeganistão, Irã e Iraque. Muitos se arriscam em pequenos botes infláveis na tentativa desesperada de encontrar refúgio no Reino Unido. Apesar do acordo entre Reino Unido e França para combater a ação de criminosos que organizam essas travessias, as quadrilhas continuam em ação, permitindo que os migrantes consigam alcançar a Grã-Bretanha.

Diante desse cenário, a crise imigratória e política permanece em questão. O projeto de lei que pretende deportar imigrantes para países considerados inseguros ainda precisa ser apreciado pela Câmara dos Lordes, onde os conservadores não têm maioria. No entanto, o governo está ansioso para enviar a primeira leva de imigrantes para Ruanda antes das eleições gerais que devem ocorrer no segundo semestre no Reino Unido. Contudo, essa medida pode ter um impacto político negativo durante a campanha eleitoral. Ainda assim, a deportação de poucos imigrantes em comparação com os quase 100 mil imigrantes aguardando uma decisão sobre seu status imigratório no Reino Unido levanta dúvidas sobre a eficácia desse esquema para resolver a crise imigratória. Portanto, a questão permanece em aberto, exigindo respostas e soluções mais eficazes.

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