Repórter São Paulo – SP – Brasil

Julian Assange: fundador do WikiLeaks enfrenta acordo judicial após divulgação de documentos confidenciais sobre atividades militares dos EUA.

Em 2006, um jovem australiano fundou uma plataforma revolucionária que viria a se tornar uma das maiores referências em vazamento de informações secretas. Julian Assange foi o responsável por criar o WikiLeaks, um site onde denunciantes anônimos poderiam compartilhar documentos confidenciais de forma segura e protegida.

No entanto, foi em 2010 que Assange e seu site ganharam notoriedade mundial. Naquela época, a analista de inteligência do exército dos Estados Unidos, Chelsea Manning, começou a fornecer uma série de documentos sigilosos ao WikiLeaks. Esses documentos incluíam mais de 75.000 arquivos relacionados à guerra no Afeganistão e cerca de 390.000 relatórios de campo do exército sobre a guerra no Iraque. A divulgação dessas informações causou grande repercussão e foi vista como uma violação da segurança nacional dos EUA.

Desde então, Julian Assange enfrentou uma série de batalhas judiciais para evitar a extradição para os Estados Unidos. Em 2019, ele foi preso pela polícia britânica após passar sete anos confinado na embaixada do Equador em Londres. O fundador do WikiLeaks tentou evitar a extradição para a Suécia em uma investigação por estupro, que foi arquivada no mesmo ano.

Recentemente, foi divulgado que os EUA acusaram Assange de até 18 crimes relacionados a violações da Lei de Espionagem. No entanto, um acordo foi alcançado entre as partes, no qual Assange concordou em se declarar culpado de uma única acusação: a de conspirar para obter e divulgar ilegalmente informações confidenciais. O acordo prevê que ele seja condenado a 62 meses de prisão, o que equivale ao tempo que já passou na prisão de alta segurança de Belmarsh, no Reino Unido.

Assange, que antes era visto como um herói para alguns e um vilão para outros, agora terá que enfrentar as consequências de suas ações. O caso continua a levantar questões sobre liberdade de imprensa, direitos individuais e segurança nacional, e promete gerar ainda mais debate no futuro.

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