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Juíza determina que Roberto Jefferson irá a júri popular por tentativa de homicídio contra policiais federais

Na última quarta-feira (13), a juíza Abby Magalhães, da 1ª Vara Federal de Três Rios, determinou que o ex-deputado Roberto Jefferson será levado a júri popular por tentativa de homicídio contra quatro policiais federais. A decisão se baseia na acusação de que Jefferson assumiu o risco de matar os agentes que foram até seu sítio em Comendador Levy Gasparian, no Rio de Janeiro, para cumprir uma ordem de prisão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Superior Tribunal Federal (STF), em outubro do ano passado.

A magistrada negou o pedido da defesa do ex-deputado de reclassificar o crime como lesão corporal culposa, o que removeria o caso da análise dos jurados. Além da tentativa de homicídio, Jefferson também será julgado por resistência, posse irregular de arma de fogo de uso restrito e de artefato explosivo sem autorização. A juíza decidiu não considerar a acusação de dano qualificado em relação aos danos causados à viatura da PF.

No dia 23 de outubro, Jefferson disparou 60 tiros com sua carabina contra os agentes e lançou três granadas de luz e som, sendo uma delas adulterada com pregos. Os policiais estavam cumprindo a ordem de prisão devido ao descumprimento reiterado das regras da prisão domiciliar por parte do ex-deputado. Um dia antes do incidente, Jefferson havia utilizado a conta do Twitter de sua filha, Cristiane Brasil, para ofender a ministra do STF Cármen Lúcia, chamando-a de “bruxa de Blair”, “Cármen Lúcifer” e fazendo comparações com prostitutas.

Jefferson estava em prisão domiciliar desde janeiro de 2022 por questões de saúde, após a prisão preventiva decretada em agosto de 2021 no contexto do inquérito das milícias digitais ter sido relaxada por Moraes. Durante o interrogatório na Justiça Federal, em maio, o ex-deputado afirmou que os disparos miraram apenas a viatura da PF, que ele acreditava ser blindada, mas apenas as portas dianteiras possuíam proteção. Ele também alegou que lançou as granadas longe dos agentes.

Em julho, o Ministério Público Federal alterou a denúncia contra Jefferson, argumentando que ele deveria responder por tentativa de homicídio com dolo eventual, já que assumiu o risco de matar os policiais. A acusação inicial afirmava que ele tinha a intenção de matar os agentes. No entanto, essa mudança não teve impacto na situação jurídica do ex-deputado.

Até o momento, a defesa de Roberto Jefferson não se pronunciou sobre a decisão da juíza.

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